O chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, apareceu em vídeo pela primeira vez desde que os mercenários russos se rebelaram há quase dois meses em um breve motim. Na publicação, ele sugere que está na África.
“O grupo Wagner torna a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre”, afirmou Prigozhin na gravação transmitida em canais do Telegram. Além da menção ao continente, o chefe dos mercenários aparece em uma paisagem que lembra a savana africana e definiu o grupo Wagner como “pesadelo” para o Estado Islâmico e Al-Qaeda.
A organização paramilitar russa tem encontrado espaço para avançar no continente, que sofre com a ameaça do extremismo islâmico. O grupo Wagner atua em países como Mali, onde tem um acordo com os militares que controlam o país, e chegou a “oferecer serviços” depois do golpe que derrubou o governo do Níger.
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No vídeo, Prigozhin também sugeriu que estaria à disposição para voltar à guerra na Ucrânia. O chefe dos mercenários disse que o grupo Wagner continua a contratar “verdadeiros heróis” e “cumprir as tarefas que lhe foram confiadas”.
Isso é importante porque, no mês passado, a organização paramilitar anunciou que havia parado de recrutar novos combatentes já que não atuava mais na Ucrânia. O grupo foi afastado da guerra porque se recusou a assinar um contrato exigido pelo Ministério da Defesa russo depois do motim e chegou a fechar a principal base no país.
Agora, Prigozhin garantiu que, “quando a pátria exigir”, os combatentes voltarão para criar uma “unidade adicional” em defesa dos interesses russos. Até recentemente, o grupo Wagner era a principal força na Ucrânia.
Nesse meio tempo, ele acrescentou que o grupo vai manter as atividades na África e em Belarus. A ditadura de Alexander Lukashenko intermediou um acordo com Vladimir Putin e ofereceu abrigo para os mercenários após o fracasso da rebelião armada contra setores do Kremlin./EFE
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