Embaixador americano na China é hackeado em suposta operação espiã

Invasores usaram senha roubada para acessar contas de 25 organizações, quase metade dos Estados Unidos incluindo os departamentos de Estado e Comércio

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Por Redação
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WASHINGTON - Hackers ligados à Pequim teriam acessado o e-mail do embaixador americano na China, Nicholas Burns, revelou o The Wall Street Journal, nesta quinta-feira, 20. A invasão é parte de uma suposta operação espiã que atingiu uma série de contas pessoas e coorporativas revelada na semana passada.

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Os hackers, que atuavam da China, aproveitaram uma falha na nuvem da Microsoft e usaram um senha roubada para acessar os e-mails no final de maio. A empresa disse que o problema foi corrigido e investiga o incidente.

Quase metade das 25 organizações que tiveram e-mails hackeados são dos Estados Unidos. A lista inclui os departamentos do Comércio e do Estado que, a princípio, são as únicas agências federais dos EUA que tiveram contas acessadas.

Embaixador americano na China, Nicholas Burns em Pequim, 08 de julho de 2023. Foto: Pedro Pardo/Pool via REUTERS/File Photo

Além do embaixador Nicholas Burns, o assessor do departamento de Estado para Ásia Oriental, Daniel Kritenbrink, também foi alvo da invasão de contas.

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Os hackers não acessaram os e-mails do chefe da diplomacia americana Antony Blinken, mas o ataque cibernético atingiu os funcionários graduados do departamento semanas de Blinken chegar a Pequim. Na viagem, ele foi acompanhado pelo assessor Daniel Kritenbrink.

A visita foi a primeira de um secretário de Estado americano à China e tinha o objetivo de abrir um caminho de diálogo entre os representantes de alto nível dos dois países na tentativa de melhorar a complicada relação.

A Microsoft apontou que o ataque foi promovido por um grupo de hackers da China. Mas, apesar dessa informação, as investigações ainda não apontaram quem estaria por trás da invasão. Nesse contexto, Washington tem minimizado o impacto do acesso indevido aos e-mails, sem acusar Pequim diretamente.

Em entrevista coletiva na semana passada, Blinken disse que não poderia discutir os detalhes de uma eventual resposta à invasão. “Além disso e, mais importante, esse incidente continua sob investigação” enfatizou o secretário de Estado americano.

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“De modo geral, temos deixado claro à China, assim como outros países, que qualquer ação que tenha como alvo o governo, as companhias e os cidadãos americanos é de grande preocupação para nós e terá uma resposta apropriada”, generalizou Blinken.

A segurança digital é mais um ponto de atrito na conflituosa relação entre Estados Unidos e China na Nova Guerra Fria, que deixa o mundo em alerta.

O Departamento de Estado americano já apontou que a China teria recorrido a hackers de aluguel em uma abordagem que combinaria espionagem tradicional com fraude e outros crimes.

Mais recentemente, o aplicativo Tik Tok, a rede social chinesa, que conquistou o público americano, em especial os mais jovens foi o alvo de um cerco de Washington e enfrentou ameaças de proibição nos Estados Unidos. Com 150 milhões de usuários nos Estados Unidos - segundo dados divulgados este ano pela própria rede - o aplicativo é investigado por espionagem e enfrentou ameaças de proibição em solo americano.

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Outra grande preocupação, nas palavras do diretor do FBI, Christopher Wray, são os avanços da inteligência artificial. No início do ano ele alertou que a China poderia usar a tecnologia para promover a operação de hackers, o roubo de propriedade intelectual e a repressão a dissidentes dentro e fora do país se não for controlada.

A China tem negado as alegações e acusou os Estados Unidos por violações digitais repetidas vezes.

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