BRASÍLIA - O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Al-Zeben, minimizou as críticas do grupo radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza, à visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel e afirmou que o movimento, apontado como terrorista por parte da comunidade internacional, apenas se posicionou politicamente. Ele também negou que a manifestação coloque o Brasil entre os inimigos do Hamas e defendeu que os canais diplomáticos sejam usados para eventuais esclarecimentos.
"Acredito que não. É só uma posição política de um grupo palestino. Neste caso, a posição do nosso governo, que já foi anunciada ontem e ratificada hoje, é que estamos aguardando ordens para ver desdobramentos", disse ao Estado. Ele foi indagado se o Brasil poderia entrar na lista de inimigos do Hamas.
O embaixador ressaltou que não há ameaças ou retaliações contra o governo brasileiro. "Não se trata de ameaças ou de retaliações. Os canais diplomáticos é que vão resolver e esclarecer essa situação", declarou.
Mais cedo, o Hamas divulgou nota na qual afirmou que a visita não apenas contradiz a histórica atitude do povo brasileiro de apoio à causa palestina, mas também viola leis internacionais. “Essa política não ajuda a estabilidade e a segurança da região e ameaça os laços do Brasil com países árabes e muçulmanos”, diz a nota. “Em particular, o Hamas denuncia a visita do presidente brasileiro à Cidade Sagrada de Jerusalém acompanhada do primeiro-ministro de Israel.”
Bolsonaro visitou hoje no Muro das Lamentações ao lado do premiê Binyamin Netanyahu. No muro, que é o lugar de culto mais importante para os judeus, Bolsonaro e Netanyahu fizeram uma oração e acenaram para a imprensa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.