O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está lutando para permanecer no poder em meio a um escândalo que envolve a realização de festas particulares em Downing Street durante o período de lockdown no Reino Unido.
Entenda os principais pontos da crise e saiba como ela pode levar à queda de Johnson:
Como tudo começou?
Em novembro de 2021, o tabloide The Mirror publicou uma matéria que denunciava a realização, em 2020, de festas de Natal em escritórios do governo, incluindo o de Johnson. À época, reuniões como essas estavam proibidas por causa da pandemia.
Quantas festas aconteceram?
A mídia britânica informou que pelo menos 11 reuniões ocorreram na residência de Johnson, em Downing Street, ou em outros departamentos do governo entre maio de 2020 e abril de 2021.
Quais são as acusações contra Boris Johnson?
O premiê é acusado de ter participado de alguns dos eventos e de ter mentido a respeito da existência das festas, além de ter quebrado suas próprias regras anti covid-19.
Qual foi a resposta de Johnson até o momento?
Inicialmente, o premiê britânico negou a existência de festas de Natal em Downing Street, afirmando ter recebido confirmações de que nenhuma regra anticovid havia sido quebrada. Ele disse, no entanto, que se o fato fosse provado, haveria ações disciplinares para todos os envolvidos. Em janeiro, ele admitiu ter participado de uma reunião em seu jardim, que classificou como de “trabalho”. Alguns dias depois, ele pediu desculpas à rainha Elizabeth II pela realização de uma festa, da qual ele não teria participado, no dia do funeral do príncipe Phillip.
Há uma investigação em andamento?
Em 9 de dezembro, o governo britânico informou que o principal funcionário público do país, Simon Case, conduziria um inquérito sobre três supostos encontros. Após a divulgação de novas denúncias, o escopo foi ampliado para cobrir outras reuniões. No dia 17 do mesmo mês, no entanto, Case deixou o cargo por denúncias da realização de um evento em seu próprio escritório. Ele foi substituído por Sue Gray.
A polícia britânica diz que não investigará as reuniões de Downing Street a menos que o inquérito de Gray encontre evidências de possíveis crimes.
O que pode acontecer agora?
O futuro de Johnson ainda é incerto. Ainda não se sabe quando o relatório de Gray será publicado nem quais conclusões ele trará.
De qualquer forma, vários conservadores já enviaram cartas de apoio a um “voto de desconfiança”, uma votação formal pela qual os membros de uma legislatura ou órgão deliberativo similar indicam que não apoiam mais um líder ou governo.
Quem pode substituir Johnson?
Os dois parlamentares considerados favoritos para substituir Johnson são seu ministro das Finanças, Rishi Sunak, que teve um papel de destaque na divulgação do apoio do governo à economia durante a pandemia de covid-19, e a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, popular entre os membros da base do partido.
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