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O que é a Otan e como ela influencia a guerra na Ucrânia? Entenda

No evento serão tomadas decisões políticas importantes, como a aceitação de novos países membros da aliança.

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Por Redação
Atualização:

Líderes dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estão reunidos em Vilna, capital da Lituânia, para sua cúpula anual, com a guerra da Ucrânia em pauta. O conflito, o maior em território europeu desde a 2ª Guerra, reviveu a importância da aliança atlântica, criada na Guerra Fria para se opor à União Soviética. Desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, o bloco tem se expandido para leste, reunindo países que eram da esfera soviética.

Com a invasão da Ucrânia, a Otan se expandiu também para a Escandinávia, com a adesão da Finlândia, aprovada neste ano, e a da Suécia, que recebeu na segunda-feira, 10, o aval da Turquia, um dos últimos necessários para selar a sua última adesão.

Veja um guia rápido para entender o que é a aliança e como seu papel mudou com a invasão da Ucrânia

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, fala durante uma coletiva de imprensa antes de uma cúpula da OTAN em Vilnius, Lituânia, segunda-feira, 10 de julho de 2023. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, concordou em enviar o protocolo de adesão da Suécia à Otan ao Parlamento turco "O mais breve possível." Foto: Sylvain Plazy / AP

O que é a Otan

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A aliança de defesa mútua foi estabelecida em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, pelos Estados Unidos, Canadá e 10 países europeus. O tratado que dá nome à aliança tem 14 artigos que todos os membros da Otan devem cumprir.

O mais importante é o Artigo 5, que declara que um ataque contra um estado membro é um ataque contra todos eles. Esse artigo colocava a Europa Ocidental sob a proteção dos EUA em face de uma União Soviética que estava consolidando seu domínio sobre a Europa Central e Oriental e parecia então apenas estar crescendo em poder e ambição.

Após o colapso da União Soviética no início dos anos 1990, a aliança assumiu um papel mais amplo. As forças da Otan - compostas por tropas voluntárias dos Estados membros - operaram como pacificadores na Bósnia na década de 1990 e bombardearam a Sérvia em 1999 para proteger o Kosovo, onde a aliança ainda mantém tropas.

Quem são os países-membros da Otan?

Além dos Estados Unidos e do Canadá, os países que passaram a fazer parte da Otan em 1949 foram Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Portugal.

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Desde então, aderiram mais 19 Estados europeus: Albânia, Bulgária, Croácia, República Checa, Estônia, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Montenegro, Macedónia do Norte, Polônia, Turquia, Romênia, Eslováquia, Eslovénia e Espanha.

A adesão da Finlândia adiciona um dos militares mais potentes da Europa Ocidental à aliança. Ao mesmo tempo, o compromisso da Otan com a defesa coletiva agora se estenderá a um país que compartilha uma fronteira com a Rússia. Stoltenberg, que fez o anúncio sobre a Suécia de Vilnius, disse que o presidente Recep Tayyip Erdogan havia levantado suas objeções à entrada da Suécia e levaria a candidatura do país ao seu Parlamento para ratificação o mais rápido possível.

Quem é o secretário-geral da Otan?

Jens Stoltenberg, ex-primeiro-ministro da Noruega, comanda a aliança atlântica desde 2014. Ele deixaria o cargo em setembro, mas concordou na semana passada em ampliar o mandato por mais um ano.

Como a guerra na Ucrânia mudou a Otan?

Em 2019, o presidente Emmanuel Macron, da França, descreveu a Otan morta em virtude do distanciamento do presidente americano, Donald Trump, de seus aliados europeus. Mas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, a Otan voltou a ser relevante. Embora a aliança não forneça ajuda militar diretamente à Ucrânia, os países da Otan enviaram dezenas de bilhões de dólares em equipamentos, liderados pelos Estados Unidos, o maior doador geral.

Todos os estados membros da Otan discutem a ajuda militar à Ucrânia em reuniões mensais em Ramstein, Alemanha. A aliança também ajudou a coordenar os pedidos de ajuda humanitária da Ucrânia. Um debate é se os países da Otan devem fornecer caças F-16, que a Ucrânia diz que aumentaria sua capacidade de defesa aérea a longo prazo.

A guerra também deu nova centralidade aos países ao longo da fronteira oriental da Otan, particularmente os Estados Bálticos e a Polônia, um país que adquiriu uma nova influência significativa dentro da aliança.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda e o primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa observam a conversa do presidente francês Emmanuel Macron e do chanceler alemão Olaf Scholz Foto: Odd Andersen/ AFP

Qual o status da adesão da Ucrânia na Otan?

Entrar na Otan tem sido há anos um objetivo central da política externa da Ucrânia, parte de seu plano para garantir seu futuro na União Europeia e no Ocidente. Ainda em 2008, o governo ucraniano já sinalizava planos de entrar na aliança.

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Com a invasão russa, Kiev se inscreveu para ingressar no bloco em setembro passado. Enquanto países como a Polônia e outros na Europa Oriental são a favor de dar à Ucrânia um roteiro para a adesão, os Estados Unidos, a Alemanha e a França, relutantes em dar um passo que poderia arriscar alargar a guerra com a Rússia, resistiram.

Quais são os países europeus que não querem entrar na Otan?

Outros países da Europa, incluindo a Irlanda e a Áustria, optaram por não aderir à Otan, muitas vezes devido a uma política de neutralidade. Belarus, vizinho da Rússia e da Ucrânia, não é membro da aliança. O presidente Alexander Lukashenko, de Belarus, é um aliado próximo de Putin e permitiu que seu país fosse usado como palco para a invasão da Ucrânia.

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