WASHINGTON -O acidente entre um avião da American Airlines e um helicóptero militar sobre o Rio Potomac, em Washington deixou 67 mortos nesta quinta-feira, 30.
No avião da American Airlines havia 60 passageiros e quatro tripulantes a bordo no momento da colisão. No helicóptero, que realizava um voo de treinamento, estavam três militares.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Washington e a Autoridade de Aeroportos da capital, não há sobreviventes. O jato era um Bombardier CRJ700 e o helicóptero, um Sikorsky H-60.
No fim da noite desta quinta-feira, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes recuperou duas chamadas caixas-pretas do avião — um gravador de voz da cabine e um gravador de dados de voo — e as levou para análise em laboratório, disse Eric Weiss, porta-voz do conselho de segurança.
Entenda em vídeos e fotos a extensão do acidente:
De acordo com o secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, tudo ocorria dentro do padrão no período que antecedeu o acidente.
Ele disse também os helicópteros militares dos EUA voam rotineiramente para cima e para baixo no rio Potomac, em virtude da proximidade do Pentágono, da Casa Branca e outros pontos estratégicos do governo americano.
“Não houve nenhuma falha na comunicação entre o helicóptero militar, o avião e a torre de controle de tráfego aéreo”, disse ele. “O acidente era perfeitamente evitável.”

Menos de 30 segundos antes da colisão, gravações de tráfego aéreo mostram controladores perguntando ao helicóptero se tinha o avião à vista e orientando a passar atrás da aeronave que pousava.
Um membro da tripulação no helicóptero responde que “a aeronave está à vista” e solicita “separação visual” com o avião que se aproxima, permitindo que ele voe mais perto do que seria permitido se os pilotos não vissem a aeronave. Os controladores aprovaram a solicitação.
Cerca de 20 segundos depois, uma movimentação é ouvida no áudio e, segundos depois, os controladores começam a desviar as aeronaves do local do desastre.
Em uma publicação no X, antigo Twitter, o Secretário de Defesa Pete Hegseth disse que uma investigação foi iniciada imediatamente pelo Exército e pelo Departamento de Defesa para investigar as causas do acidente que ainda são desconhecidas.
Robert Isom, presidente-executivo da American Airlines, lamentou o ocorrido em um vídeo publicado no site da empresa e disse que a companhia aérea está cooperando com as autoridades que investigam o acidente.

“Tudo o que podemos fazer, estamos fazendo”, disse Isom, que anunciou que fará uma viagem para Washington para acompanhar o caso.
Trabalho de resgate
Os dois aviões já foram localizados nas águas geladas do rio, que nesta época do ano têm uma temperatura pouco acima de 0ºC e conta com pedaços de gelo flutuando em seu curso. Ao menos 27 corpos já foram resgatado, mas o vento, o frio e o risco de hipotermia dificultam a operação.
“A operação está acontecendo manualmente em torno dos destroços, que estão espalhados por uma área de menos de um quilômetro e meio”, disse John Donelly, chefe dos bombeiros de Washington.
Todas as decolagens e pousos previstos no aeroporto Reagan foram interrompidos. As atividades no local estão canceladas pela Administração Federal de Aviação até as 11h da manhã (13h em Brasília) de quinta-feira. Os voos estão sendo transferidos para o Aeroporto Internacional Marshall de Baltimore-Washington.
