Este ano, a população da China encolheu pela primeira vez desde 1961, em um momento em que a e recuperação econômica é lenta e com chineses em dúvida sobre o futuro. Morar em uma grande cidade como Pequim está cada vez mais caro, as responsabilidades maternas se somam às cargas altas de trabalho, às vezes autoimpostas, e o desejo de ter um segundo filho em um país que durante 37 anos incentivou o filho único despencou.
O declínio demográfico implica um problema: se a tendência continuar, o país vai envelhecer rapidamente e sofrerá uma queda na sua força de trabalho à medida que os gastos de seguridade social com idosos devem crescer. E isso tende a agravar dificuldades econômicas atuais. “Se o direcionamento para a recuperação econômica em parte se baseia no aumento do consumo e da demanda ao nível doméstico, uma estrutura populacional formada por uma população economicamente ativa menor é um desconforto imediato para o planejamento estatal”, diz Aline Tedeschi, doutora em Relações Internacionais e Desenvolvimento e membro do centro de estudos Observa China.
O governo chinês tem alterado políticas para os casais terem mais de um filho. Algumas envolvem mudanças estruturais, como regular horas de trabalho e diminuir custos da educação, saúde e de moradia. Outras são direcionadas para impulsionar a formação familiar e vão de descontos para viagens turísticas de lua de mel a descontos em escolas. Até o momento, no entanto, elas ainda se mostram ineficazes.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.