A cidade de Guayaquil, localizada no sudoeste do Equador, registrou 13 eventos violentos na noite de quarta-feira, 27, e madrugada de quinta-feira, 28, em meio a um estado de exceção em vigor no país, informou o prefeito da cidade, Aquiles Alvarez.
“Na noite de ontem (quarta) e madrugada de hoje (quinta), a nossa cidade enfrentou um total de 13 eventos violentos relevantes distribuídos em diversos pontos. Entre estes, destaca-se a presença de artefatos explosivos e incêndios provocados”, informou em sua conta na rede social X. De acordo com Alvarez, os locais afetados incluem áreas como Mucho Lote, Vía a Daule, Bastión Popular, Guayacanes, Flor de Bastión, Vía Perimetral, setores do centro, entre outros.
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O prefeito destacou que os eventos ressaltam a importância da coordenação interinstitucional. “No entanto, esperamos que o governo nacional possa encontrar uma solução para a crise que afeta tanto o país quanto nossa cidade”, enfatizou.
Os eventos violentos na cidade ocorreram em paralelo a um motim na Cadeia Regional de Guayaquil na quarta-feira, que até o momento deixou um morto e quatro feridos, segundo as autoridades, que não detalharam se se trata de detentos, membros das forças de segurança ou de agentes penitenciários.
A prisão onde aconteceu o motim é a mesma de onde fugiu, em janeiro, Adolfo ‘Fito’ Macías, líder da organização Los Choneros, uma das principais do país. Sua fuga desencadeou uma guerra entre os traficantes de droga e o Estado, que deixou 20 mortos e levou o governo a decretar o estado de emergência, prorrogado até abril, além de militarizar as prisões e as ruas.
Para o vice-ministro da Segurança, Lyonel Calderón, a situação, ocorrida em meio a um estado de exceção no contexto de um “conflito armado interno” contra as gangues criminosas, tem conotações “desestabilizadoras”.
“São tentativas de desestabilização do Estado de Direito, da democracia, porque estamos às vésperas de um referendo popular que visa resolver os problemas de segurança: extradição, aumento das penas para crimes graves”, entre outros, disse.
Ele acrescentou que, em meio a um conflito armado interno e “uma luta histórica contra a criminalidade organizada do narcoterrorismo”, as ações empreendidas pelo Estado “têm como consequência atos desestabilizadores”.
“Não é uma coincidência que exatamente hoje, que serão realizados depoimentos antecipados em um caso muito importante, essas situações comecem a ocorrer. Esses eventos não são isolados, estamos às vésperas de um referendo popular (21 de abril), que tem como foco a atenção aos problemas de segurança que o Estado equatoriano enfrenta”, reiterou./EFE
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