QUITO - O presidente do Equador, Daniel Noboa, disse nesta quarta-feira, 10, que o país está em um ‘estado de guerra’ contra o crime organizado, em suas primeiras declarações desde a onda de ataques da terça-feira, 9, que deixou 13 mortos, reféns e episódios violentos em várias cidade do país, entre eles a invasão de um canal de TV.
Segundo o presidente, que assumiu o cargo em novembro já em meio à grave crise de segurança pública, não haverá negociações com as gangues de narcotraficantes que aterrorizam o país. Em entrevista à Rádio Canela, Noboa disse também que vai deportar cerca de 1,5 mil presos estrangeiros atualmente detidos no país, além de punir juízes e membros do Ministério Público que estejam ligados ao narcotráfico.
A crise no Equador se agravou no domingo, quando o líder da facção Los Choneros, Adolfo Macías, o Fito fugiu da prisão antes de ser transferido para outro centro de detenção. O juiz de instrução penal que autorizou a operação foi afastado da função. Após os ataques de terça-feira, Noboa decretou estado de conflito armado interno, que, na prática, permite que o Exército trate os grupos criminosos como alvos militares, similar ao que ocorreria numa guerra civil.
“Não vamos negociar com terroristas e não vou ceder um milímetro”, disse Noboa. “O Estado está em guerra.”
Ainda há reféns em algumas cadeias do país, sobretudo agentes penitenciários. “Estamos fazendo o possível para libertá-los”, acrescentou. /EFE
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.