THE NEW YORK TIMES - Uma aeronave de vigilância canadense que procura o submersível Titan, desaparecido no Atlântico Norte enquanto procurava destroços do navio Titanic, “detectou ruídos subaquáticos na área de busca”, informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 21.
De acordo com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, os sons de batida foram ouvidos na terça-feira, 20, e também nesta quarta-feira, 21. Apesar disso, o porta-voz do órgão americano, Jamie Frederick, afirmou que não era possível identificar a origem dos ruídos.
Veículos operados remotamente (ROVs) foram realocados para explorar a origem dos ruídos, mas os resultados até agora foram negativos, disse a guarda costeira em um tweet. A Guarda Costeira não detalhou a natureza ou extensão dos sons detectados, ou como eles foram captados.
A Guarda Costeira disse que a aeronave canadense era um avião de vigilância P-3, um modelo usado para patrulha marítima e operações de apoio em todo o mundo. Os dados da aeronave foram compartilhados com a Marinha dos EUA para análise posterior, informou.
O Departamento de Segurança Interna, a Guarda Costeira e os militares canadenses não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. A notícia de ruídos subaquáticos na área de busca foi relatada anteriormente pela revista Rolling Stone e pela CNN.
Uma equipe internacional de socorristas tem procurado o Titan em uma área de água maior que Connecticut. Aeronaves dos Estados Unidos e do Canadá estão examinando a superfície, e boias de sonar estão sondando as profundezas. Acredita-se que o Titan tenha menos de dois dias de oxigênio restante na terça-feira.
O submersível que transportava turistas para explorar os destroços do Titanic desapareceu no oceano Atlântico no último fim de semana.
A embarcação parou de fazer contato no último domingo (18), na costa do Canadá, e autoridades canadenses e dos EUA intensificaram esforços numa corrida para localizar o submersível, que na tarde desta terça, 20, ainda teria cerca de 30 horas de oxigênio, segundo estimativa da Guarda Costeira americana.
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O submersível Titan é operado pela empresa OceanGate Expeditions, cuja proposta divulgada em seu site é aumentar o acesso do público ao oceano profundo. O CEO da empresa, Stockton Rush, disse à emissora americana CBS que o veículo não exige muita habilidade para condução. “É como se fosse um elevador.”
A empresa cujo submersível desapareceu durante uma expedição para ver os destroços do Titanic foi alertada sobre a insegurança de seu maquinário, mas discordou das críticas. Por se tratar de uma inovação, justificou a companhia, o empreendimento não atenderia aos padrões atuais de certificação.
O presidente da OceanGate, Stockton Rush, está entre os turistas a bordo do veículo desaparecido desde o último domingo (18), na costa do Canadá. A viagem era a quinta missão da “Expedição Titanic” em 2023 —uma tentativa de aumentar o acesso do público ao oceano profundo, de acordo com o site da companhia.
Na terça-feira, 20, o presidente do Explorers Club, uma organização sediada em Nova York, enviou aos membros do clube uma carta que dizia que o sonar na área de busca havia “detectado possíveis ‘sons de batida’, o que implica que a tripulação pode estar viva e sinalizando” às 2h da manhã, horário local. O presidente do clube, Richard Garriott de Cayeux, não entrou em detalhes.
Em uma declaração publicada no Twitter na terça-feira, ele disse que “sinais prováveis de vida foram detectados no local”. Ele acrescentou que o clube estava trabalhando para obter aprovação para implantar um veículo operado remotamente na área de busca, capaz de descer a profundidades de 6 mil metros, ou quase 20 mil pés.
Trevor Hale, porta-voz do clube, recusou-se a fazer comentários sobre o registro em uma breve entrevista por telefone na manhã de quarta-feira. Uma das cinco pessoas a bordo do Titan, o explorador britânico Hamish Harding, é membro da diretoria do clube.
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