Erdogan seleciona novos membros de gabinete, sinalizando mudanças econômicas na Turquia

Ministro de Finanças é símbolo de época em que o presidente turco adotou políticas econômicas mais convencionais

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Por Dow Jones Newswires

ISTAMBUL - O recém-reeleito presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apresentou um novo gabinete que substituiu figuras-chave que lidam com política externa e segurança e sinalizou mudanças nas políticas econômicas que levaram o país à beira da instabilidade financeira.

Em um discurso televisionado na noite de sábado, 3, horas depois de ser empossado para outro mandato como presidente, Erdogan disse que estava reintegrando Mehmet Simsek como ministro das Finanças. Simsek, que já atuou no cargo e como vice-primeiro-ministro de Erdogan, é um símbolo de uma época em que o presidente turco adotou políticas econômicas mais convencionais, no início de seus 20 anos de governo da Turquia.

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Já na equipe de Política Externa e de Segurança, o chefe do Executivo transferiu alguns de seus principais partidários para novas funções. Seu novo ministro das Relações Exteriores é Hakan Fidan, chefe de longa data da agência de inteligência da Turquia, o MIT. Ele substitui Mevlut Cavusoglu, um dos membros mais antigos do gabinete de Erdogan, que esteve no cargo por quase oito anos. O novo ministro da Defesa da Turquia é Yasar Guler, ex-chefe de gabinete das Forças Armadas, que substitui o antigo ministro Hulusi Akar, que supervisionou uma série de guerras e intervenções estrangeiras sob Erdogan. Ele também substituiu seu antigo ministro do Interior, Suleyman Soylu, nomeando o governador de Istambul, Ali Yerlikaya, em seu lugar.

No entanto, a expectativa é de que a remodelação não tenha um grande impacto na abordagem do país a uma série de crises no exterior, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia e um impasse em que Erdogan se recusou a aprovar a proposta da Suécia para entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O próprio Erdogan assumiu amplo controle sobre a política externa, e os novos ministros são seus substitutos de longa data em novos cargos.

Erdogan tomou posse neste sábado, 3 Foto: Umit Bektas/Reuters

A Turquia corre um risco crescente de ruína financeira em grande parte por causa das próprias políticas do presidente, que levaram as reservas do país para o vermelho e aproximaram milhões de turcos da linha da pobreza. Ele foi reeleito em maio, apesar do aumento dos custos de alimentação, moradia, remédios e outros itens essenciais, uma crise que seus rivais esperavam que pudesse levá-los à vitória.

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A instalação de uma nova equipe econômica pode ter consequências amplas para o país, membro da Otan e do G20.

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