‘Espião mais prejudicial dos EUA’: agente do FBI que vendeu informações para Rússia morre na prisão

Robert Hanssen entregou materiais confidenciais dos EUA durante os últimos anos da Guerra Fria

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Por Redação
Atualização:

O agente do FBI Robert Hanssen, que espionou para a ex-União Soviética e depois para a Rússia, morreu na segunda-feira, 5, na penitenciária Florence ADMAX, no estado do Colorado (EUA), onde cumpria 15 penas de prisão perpétua consecutivas, acusado de trair os seu país. Hanssen, de 79 anos, foi encontrado inconsciente no presídio federal, de acordo com um comunicado divulgado pelo FBI, sem esclarecer a causa da morte.

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O agente do FBI foi preso em 2001 e se declarou culpado de 15 acusações de espionagem por vender material altamente confidencial dos Estados Unidos para a União Soviética e Rússia durante os últimos anos da Guerra Fria. Na gravidade de sua traição, Hanssen foi comparado a Aldrich H. Ames, o “vira-casaca” da CIA que se declarou culpado de espionagem e outras acusações em 1994.

A traição de Hanssen, de acordo com um relatório do governo, foi “possivelmente o pior desastre de inteligência na história dos Estados Unidos”. Em seu site, o FBI o descreve como “o espião mais prejudicial” da história do país, pois ele forneceu aos russos informações de segurança nacional em troca de US$ 1,4 milhão (R$ 6,8 milhões) em dinheiro, fundos bancários e diamantes”.

Suas violações, iniciadas em 1985, incluíram comprometer a identidade de nove agentes duplos, dois dos quais foram posteriormente executados em Moscou, e revelações dos preparativos para a guerra nuclear dos EUA, incluindo onde os Estados Unidos atingiriam os soviéticos e como Washington responderia a um primeiro ataque de Moscou. Ele alertou os soviéticos sobre a existência de um túnel de escuta sob sua embaixada em Washington, permitindo-lhes alimentar as agências de inteligência doméstica dos EUA com informações inúteis por anos.

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No total, Hanssen entregou mais de 6 mil páginas de materiais classificados em sites “dead drop” (destinados a transferências de informações) em Washington e Nova York. Durante anos, ele evitou os esforços de contra-espionagem por meio de sua própria experiência nesse campo e também por causa do que o inspetor-geral do FBI disse mais tarde serem falhas significativas de segurança interna, mesmo depois que ele entrou no radar do FBI por violações de protocolo.

Foto divulgada pelo FBI em fevereiro de 2001 mostra o agente Robert Hanssen, sentenciado à prisão perpétua por ser um espião da ex-União Soviética e da Rússia, que foi encontrado morto em sua cela no dia 5 de junho Foto: FBI / AFP

Trabalhando sob o pseudônimo de “Ramon Garcia”, ele passou despercebido por anos, embora suas atividades tenham levantado algumas suspeitas. Na década de 1990, após a prisão do agente da CIA Aldrich Ames por colaborar com os russos, a CIA e o FBI perceberam que deveria haver outro espião compartilhando informações confidenciais. O desvendamento de Hanssen como agente duplo começou em dezembro de 2000, quando o FBI recrutou um ex-oficial de inteligência da KGB que recebeu milhões de dólares e forneceu informações sobre uma toupeira na comunidade de inteligência dos EUA.

O americano foi preso depois de ser pego em flagrante em um parque da Virgínia, em fevereiro de 2001, depois de deixar documentos confidenciais para seus negociadores russos. Hanssen foi até Foxstone Park com um pacote com documentos sigilosos e um disquete criptografado, em um saco de lixo, que deixou escondido em uma ponte. Ao voltar para o carro, duas vans do governo chegaram ao local e o prenderam.

Ele se declarou culpado de vender milhares de documentos confidenciais a Moscou meses após ser preso. Os crimes de Hanssen acarretavam a possibilidade de pena de morte, mas ele recebeu uma sentença de prisão perpétua em troca de sua confissão de culpa./WP e EFE

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