NEW YORK - O cético sobre vacinação infantil Robert F. Kennedy Jr., filho do senador democrata Bob F. Kennedy e sobrinho do presidente John F. Kennedy, fiscalizará um painel presidencial do governo Donald Trump para rever a segurança e a ciência das vacinas infantis nos EUA.
A escolha de Kennedy para esse cargo reavivará um debate sobre imunização infantil e autismo no país, apesar de diversas pesquisas e cientistas desconsiderarem totalmente a possibilidade de ligação de um fato com outro.
"O presidente eleito Donald Trump tem algumas dúvidas sobre a atual política de vacinação e tem feito algumas perguntas sobre o assunto", declarou Kennedy a repórteres após deixar a reunião com o republicano, em Nova York.
"Ele me pediu para presidir uma comissão sobre segurança de vacinas e integridade científica. E eu disse que aceitaria", confirmou Kennedy. "Todo mundo deveria ser capaz de assegurar que as vacinas que nós tempos - ele (Trump) é a favor das vacinas, assim como eu -, são seguras o suficiente", acrescentou o ativista.
Apresentador de rádio, Kennedy é considerado o porta-voz do movimento que questiona a segurança das vacinas nos EUA, uma teoria que tem o apoio de Trump. Em 2012, o republicano tuitou sobre o caso e em 2014 disse que os médicos mentem sobre o tema.
Em 2015, durante um debate eleitoral, Trump enfureceu médicos com uma declaração polêmica. "Você pega esse bonitinho bebê e 'pump'. Outro dia mesmo, uma linda criança de 2 anos foi vacinar. Uma semana depois, ela teve febre e ficou muito, muito doente. Agora, é uma autista", disse, na época.
O comentário foi amplamente criticado e denunciado por médicos que disseram que não existe evidência que ligue as vacinas ao autismo. Na verdade, disseram, o estudo que popularizou a ideia foi recolhido e considerado fraudulento. / REUTERS e W. POST