WASHINGTON - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou na quinta-feira sua promessa de construir "o muro 100%", mas parece suavizar sua posição sobre o futuro dos 11 milhões de imigrantes em situação ilegal, enviando sinais contraditórios sobre a pedra angular de sua campanha presidencial.
"Vamos construir o muro 100%, e o México pagará por ele", disse o magnata em um comício em Manchester, New Hampshire. Em seguida, ele afirmou que "acabará com a imigração ilegal", sem detalhar o que acontecerá com a população de imigrantes em situação clandestina.
Apesar de ter relançado sua campanha na semana passada, Trump ainda envia mensagens contraditórias. Por um lado, contratou como diretor-geral de sua equipe o chefe do site conservador Breitbart. Por outro - cedendo às pressões da cúpula partidária -, os discursos do candidato são lidos, evitando improvisos e consequentes gafes e polêmicas. Ao mesmo tempo, tenta ampliar sua base, sinalizando para eleitores negros e latinos.
Na questão migratória, pilar de sua candidatura, ao longo da qual chegou a propor uma "força de deportação", passou a adotar uma postura ambígua. Em entrevista à emissora CNN na noite de quinta-feira, Trump disse que "não se pode agarrar 11 milhões (de imigrantes ilegais) e dizer: pronto, estão fora".
Ele também garantiu que não haverá "qualquer caminho para a legalização" dos que vivem clandestinamente nos Estados Unidos. "Não há legalização, não há anistia, e se alguém quer se regularizar deve sair do país e depois regressar, aí então poderemos conversar".
"Deportar pessoas sem documentos, mas com família, emprego e uma vida inteira nos Estados Unidos? Veremos o que acontece depois de fortalecermos a fronteira (...), mas há uma boa chance de que a resposta seja sim". Trump salientou que "antes de qualquer coisa", quer se "desfazer dos maus, e há muitos". / AFP
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