WASHINGTON - Os Estados Unidos acusaram a Coreia do Norte de enviar secretamente projéteis de artilharia em “número significativo” para a Rússia, dando suporte bélico a Moscou durante a invasão da Ucrânia.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, afirmou na quarta-feira, 2, que os EUA acreditam que Pyongyang tem tentado fazer parecer que as armas estão sendo enviadas para países do Oriente Médio e do Norte da África, mas que na verdade o destino seria o território russo. Kirby se recusou a fornecer uma estimativa específica sobre a quantidade de armamentos enviada para reforçar o esforço russo.
“(A Coreia do Norte) está fornecendo secretamente (munição para a Rússia, mas) ainda estamos monitorando isso para determinar se as remessas são realmente recebidas”, afirmou o porta-voz.
O porta-voz acrescentou ainda que os EUA têm “uma ideia” de qual país ou países Pyongyang está usando como “canal” para enviar as armas, mas não especificou, porque o governo continua analisando como pode responder às ações. A Casa Branca também não especificou o modo de transporte ou se os EUA ou outras nações tentariam impedir os embarques para a Rússia.
“Não acreditamos que eles (os armamentos) estejam em tal quantidade que mudem a direção desta guerra ou mudem tangivelmente o impulso no leste ou no sul”, onde alguns dos combates mais pesados na Ucrânia estão ocorrendo, disse Kirby .
O governo Biden disse que o Irã também enviou pessoal para a Crimeia, controlada pela Rússia, para fornecer suporte técnico na operação dos drones. Autoridades iranianas negaram ter fornecido drones ou outro tipo de apoio à Rússia.
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A Coreia do Norte tenta estreitar as relações com a Rússia à medida que grande parte do Ocidente se afastou do país, culpando os Estados Unidos pela crise na Ucrânia e condenando a “política hegemônica” do Ocidente para justificar a ação militar de Moscou no Leste Europeu.
Os norte-coreanos demonstraram interesse em enviar trabalhadores da construção civil para ajudar a reconstruir territórios ocupados pelos russos no leste da Ucrânia.
O embaixador da Coreia do Norte em Moscou se reuniu com enviados de dois territórios separatistas apoiados pela Rússia na região de Donbas, na Ucrânia, e expressou otimismo sobre a cooperação no “campo da migração laboral”, citando a flexibilização dos controles pandêmicos nas fronteiras de seu país.
Em julho, a Coreia do Norte se tornou a única nação, além da Rússia e da Síria, a reconhecer a independência dos territórios Donetsk e Luhansk, alinhando-se ainda mais com a Rússia sobre o conflito na Ucrânia./AP
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