WASHINGTON - O governo Biden restaurou nesta sexta-feira, 4, alguns alívios das sanções impostas ao programa nuclear do Irã, enquanto as negociações destinadas a salvar o acordo de 2015 entraram em uma fase decisiva. A medida reverte a decisão do governo Trump de rescindir essas isenções.
Um alto funcionário do Departamento de Estado disse à agência Efe que a isenção permite "a participação de terceiros em projetos de segurança e não proliferação no Irã". Em termos práticos, essas exceções irão liberar outros países e empresas estrangeiras a trabalhar em projetos civis no reator de água pesada de Arak, no reator de pesquisa de Teerã e na usina nuclear de Bushehr.
"Sem essa isenção de sanções, não pode haver conversas técnicas detalhadas com terceiros sobre estocagem e outras atividades valiosas de não proliferação", disse o funcionário, que pediu anonimato.
Ele lembrou que o governo Trump (2017-2021) "forneceu exceções semelhantes durante anos", mesmo depois de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear multilateral em 2018. Foi somente em maio de 2020 que Trump removeu essas isenções e, agora, restaurando esse alívio, Washington está simplesmente “voltando ao status quo”, argumentou. "Esta não é uma concessão ao Irã", disse o funcionário, que enfatizou que a decisão não faz parte de um "quid pro quo"que tenha exigido qualquer compromisso de Teerã. Tampouco é "um sinal de que um acordo está prestes a ser alcançado", acrescentou.
Os negociadores dos EUA voltaram a Viena para o que poderia ser uma sessão decisiva. O objetivo do governo Biden é tentar convencer os iranianos a retornarem ao cumprimento do acordo de 2015, que vem sendo violado desde que Trump retirou os EUA unilateralmente do pacto.O Irã diz que não está respeitando os termos do acordo porque os EUA o abandonaram primeiro e exige a restauração de todo o alívio de sanções prometido sob o acordo para retornar ao cumprimento. /AP, EFE e REUTERS
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