PUBLICIDADE

EUA anunciam acusações contra quatro filhos de “El Chapo” Guzmán

Decisão acontece um dia depois que os governos de México e Estados Unidos concordaram em manter esforços para desmantelar os cartéis de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación; Guzmán é responsável por parte do tráfico de fentanil, alvo recente no México e em Washington

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

WASHINGTON - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira, 14, acusações em três distritos federais contra vários supostos líderes do Cartel de Sinaloa, no México, incluindo quatro filhos de Joaquín “el Chapo” Guzmán, por tráfico de fentanil e outras drogas.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, destacou que as ações são dirigidas à “maior e mais prolífica operação de tráfico de fentanil do mundo”, liderada pelo referido cartel e “alimentada por empresas farmacêuticas chinesas”.

Narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, líder do cartel de Sinaloa, que fugiu de um presídio de segurança máxima em 12 de julho de 2015. Foto: Jair Cabrera Torres/NurPhoto/REX/Shutterstock)

As acusações nos distritos federais do sul de Nova York, norte de Illinois e do distrito de Columbia são contra cerca de 30 pessoas, incluindo quatro filhos de El Chapo, e incluem acusações por armas e lavagem de dinheiro.

Acusação

PUBLICIDADE

De acordo com o comunicado, há sete acusados sob custódia, embora não se esclareça quem são. Fontes do governo americano indicaram em uma ligação com jornalistas que esses sete foram presos “semanas atrás” na Colômbia, Grécia e Guatemala.

As ações de hoje, segundo a gerente da Agência Antidrogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês), Anne Milgram, enviam “uma mensagem clara aos ‘Chapitos’, ao cartel de Sinaloa e às redes criminosas de drogas em todo o mundo de que a DEA não vai parar nada para proteger a segurança nacional dos Estados Unidos e dos americanos”.

Os “Chapitos” são quatro filhos de Joaquín Guzmán, ex-líder do cartel: Iván Guzmán Salazar, 40; Alfredo Guzmán Salazar, 37; Joaquín Guzmán López, 36; e Ovidio Guzmán López, 33.

O Departamento de Justiça aponta que teriam usado aviões de carga, aviões particulares, submarinos e outras embarcações submersíveis e semissubmersíveis, porta-contêineres, embarcações de abastecimento e pesca, lanchas, ônibus e vagões ferroviários, entre outros, para transportar drogas e precursores químicos.

Publicidade

O Departamento de Estado, através de seu Programa de Recompensas contra os Narcóticos, está oferecendo uma recompensa de até US$ 10 milhões por informações que levem à prisão ou condenação de Iván, Alfredo e Ovidio Guzmán, e de até US$ 5 milhões por Joaquín.

O cartel de Sinaloa, segundo os EUA, é o cartel de drogas “mais poderoso do mundo” e responsável em grande parte pela produção e fabricação do fentanil para distribuição nos Estados Unidos, onde essa droga, considerada 50 vezes mais potente que a heroína, é “a principal causa de morte entre americanos de 18 a 49 anos”.

As autoridades americana assinalam que esta organização esteve envolvida em atividades de tráfico de drogas para os Estados Unidos e violência por mais de uma década e meia.

Sanções

As acusações contra os líderes do cartel de Sinaloa e sua rede se somam às sanções emitidas também hoje contra cinco pessoas residentes na China e na Guatemala e contra duas empresas chinesas por fornecerem precursores químicos a esse cartel para a produção de fentanil destinado em última instância ao mercado americano.

Os Estados Unidos têm como alvo seus líderes, bem como os fornecedores de precursores químicos, gerentes de laboratório e produção, traficantes de armas ou aqueles que os ajudaram a lavar dinheiro para financiar suas operações, abrangendo assim toda a cadeia.

Dezenas de veículos foram queimados em Culiacán após a prisão de Ovidio Guzmán Foto: AP Photo/Martin Urista

“O governo americano está usando todas as ferramentas à sua disposição para combater a epidemia de fentanil”, disse Garland a jornalistas.

De agosto de 2021 a agosto de 2022, segundo os dados fornecidos, 107.735 pessoas morreram de overdose no país, e dois terços dessas mortes foram devido a opioides sintéticos, principalmente fentanil.

Publicidade

O anúncio ocorre um dia depois que os governos de México e EUA concordaram em uma reunião conjunta em Washington para reforçar os esforços para desmantelar os cartéis de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación (CJNG), bem como o tráfico ilegal de fentanil e armas de fogo em ambos os lados da fronteira.

“As ações de hoje demonstram a determinação dos Estados Unidos em promover a responsabilização dos criminosos que perpetuam a atividade ilícita do fentanil”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, em comunicado, segundo o qual o país também busca apoiar seus parceiros e fazer justiça aos afetados. /EFE e AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.