WASHINGTON - Os Estados Unidos aplicaram nesta quarta-feira, 27, sanções a 21 aliados do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, acusando-os de terem liderado o que chamaram de “repressão” para que o chavista se declarasse “fraudulentamente vencedor” das eleições de julho.
Os funcionários de segurança e de alto escalão sancionados pelo Departamento do Tesouro americano incluem o chefe da agência penitenciária do país, o diretor de um serviço de inteligência e um ministro do Gabinete de Maduro. Eles se juntaram a uma lista de dezenas de venezuelanos já sancionados, que inclui o chefe do tribunal supremo do país, ministros e promotores.
Na lista desta quarta-feira, destacam-se os chefes do serviço de inteligência, Alexis José Rodríguez Cabello, da polícia nacional, o general Rubén Santiago e o ministros das Comunicações, Freddy Ñáñez, um dos propagandistas do regime, presente em quase todas as intervenções de Maduro.
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Além disso, o ministro do Gabinete da Presidência, o contra-almirante Aníbal Coronado Millán, o Ministro do Planejamento, Ricardo Menéndez, e o do Serviço Penitenciário, Julio García Zerpa, também foram alvo das sanções.
O Departamento de Estado americano ainda impôs restrições de visto a “indivíduos alinhados com Maduro”. Quase 2 mil pessoas foram afetadas até o momento.
As sanções implicam o “bloqueio da propriedade e a suspensão da entrada” nos EUA de “atuais ou ex-funcionários” do governo venezuelano, segundo o Tesouro.
“Esses indivíduos apoiaram e executaram as ordens de Maduro para reprimir a sociedade civil em seus esforços para se declarar fraudulentamente vencedor das eleições presidenciais da Venezuela de 28 de julho”, afirma o Tesouro em um comunicado.
Dessa forma, ignoram “a vontade da esmagadora maioria dos eleitores venezuelanos que escolheram Edmundo González Urrutia como seu próximo presidente”, acrescenta a nota.
Na semana passada, o governo dos EUA reconheceu o candidato da oposição Edmundo González como presidente eleito. Maduro se declarou vencedor das eleições, mas nem ele nem seu governo apresentaram contagens de votos que sustentem sua alegação.
O opositor está exilado na Espanha, mas afirmou que tomará posse como presidente em 10 de janeiro./AFP e AP.
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