EUA impõem sanções econômicas e expulsam diplomatas russos por espionagem

Presidente Joe Biden assinou ordem executiva em momento de acirramento de tensões dos EUA e de seus aliados da Otan e o governo russo

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Por Redação
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WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos impôs nesta quinta-feira, 15, uma série de sanções contra o governo russo em resposta a ciberataques atribuídos a Moscou, incluindo uma suposta tentativa de ingerência nas eleições presidenciais americanas de 2020. As medidas, determinadas pelo presidente Joe Biden em ordem executiva, incluem sanções financeiras e a expulsão de dez diplomatas russos de território americano.

A ordem executiva assinada por Biden amplia as restrições aos bancos americanos que negociam papéis da dívida emitidos pelo governo russo. O decreto também lista os diplomatas que devem deixar o país - grupo composto por supostos espiões - e também sanciona 32 pessoas que teriam interferido nas eleições de 2020, segundo a Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden Foto: AP Photo/Andrew Harnik

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O decreto de Biden vem em um momento de aumento nas tensões da Rússia com os americanos e seus aliados europeus. Na quarta-feira, 14, os EUA cancelaram o envio de navios ao Mar Negro em meio ao acirramento das tensões entre Rússia, Otan e Ucrânia.

O documento ainda deixa em aberto a possibilidade de novas sanções a Rússia "com consequências estratégicas e econômicas", caso "continue ou promova uma escalada de suas ações desestabilizadoras internacionais", advertiu um comunicado da presidência americana.

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A declaração enumera, em primeiro lugar, os "esforços de Moscou" para interferir na condução de eleições democráticas, livres e justas e nas instituições democráticas nos EUA e em seus aliados.

Com isso, o governo americano faz menção às alegações de que agências de inteligência russas organizaram campanhas persistentes de desinformação durante as corridas eleitorais de 2016 e 2020, em parte para ajudar a candidatura de Donald Trump.

Em resposta a medida, o governo russo afirmou que uma recíproca às sanções decretadas pelos EUA é inevitável. O Kremlin convocou o embaixador dos EUA em Moscou para uma "conversa difícil".

"Os Estados Unidos não estão prontos para aceitar a realidade objetiva de um mundo multipolar, sem hegemonia americana. Um comportamento agressivo deste tipo receberá uma forte resposta. A resposta às sanções será inevitável", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajárova.

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Kremlin.28 hectares de uma cidadela protegida às margens do Rio Moscou, por onde se espalham quatro catedrais e cinco palácios Foto: Bruna Toni/Estadão

A Casa Branca disse que as sanções também respondem a "atividades cibernéticas maliciosas contra os Estados Unidos e seus aliados", em referência ao hacking de um programa executado pela SolarWinds, que permitiu o acesso a sistemas de computador do governo dos EUA no ano passado.

Ele também chamou a atenção para os "ataques" extraterritoriais da Rússia contra dissidentes e jornalistas, bem como para o enfraquecimento da segurança em países importantes para a segurança nacional dos Estados Unidos.

Juntamente com a União Europeia, Austrália, Reino Unido e Canadá, o Departamento do Tesouro sancionou oito indivíduos e entidades associadas à ocupação russa da Crimeia na Ucrânia.

Em Bruxelas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia expressaram apoio e "solidariedade" às sanções impostas pelos Estados Unidos em resposta às suas "atividades desestabilizadoras", em particular na Ucrânia e na Geórgia.

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O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, airmou que a União Europeia e seus Estados membros se solidarizavam com os EUA. "Em particular pela operação contra a SolarWinds, que, segundo avaliação dos Estados Unidos, foi conduzida pela Rússia", disse em nota.

Borrell também declarou que a UE compartilha com os EUA a preocupação pelo crescente número de atividades cibernéticas maliciosas contra a integridade de produtos e serviços ligados à tecnologia da informação. "Isto pode ter efeitos sistêmicos e causar um dano importante a nossa sociedade, segurança e economia"./ AFP

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