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EUA aplicam mais sanções à Rússia e G-7 doa US$ 50 bi à Ucrânia, antes de cúpula na Itália

Segundo o governo americano, a decisão foi tomada porque Pequim tem financiado o esforço de Moscou para reconstruir e modernizar suas forças armadas

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Por Redação

WASHINGTON - Os EUA anunciaram nesta quarta-feira, 12, uma série de novas sanções financeiras destinadas a interromper negociações entre China e Rússia. Segundo o governo americano, a decisão foi tomada porque Pequim tem financiado o esforço de Moscou para reconstruir e modernizar suas forças armadas, como parte do esforço de guerra contra a Ucrânia.

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O anúncio foi feito na véspera da cúpula do G-7, na Itália. Na pauta deste ano do encontro entre as maiores potências do planeta, está o aumento do apoio a Kiev e o enfraquecimento da máquina de guerra da Rússia. Para isso, a presidência francesa anunciou também nesta quarta que o G-7 chegou a um acordo para a liberar US$ 50 bilhões (R$ 269 bilhões) à Ucrânia, utilizando ativos russos congelados, que seriam desbloqueados até o fim do ano.

O esforço ocidental para enfraquecer a economia russa tem se tornado cada vez mais complicado. Nos últimos meses, a China intensificou suas remessas de microchips, sistemas ópticos para drones e componentes para armamentos avançados do arsenal de Vladimir Putin. Segundo o governo americano, essa mudançar altera um acordo tácito com Washington, já que no primeiro ano da guerra Pequim vinha atendendo ao aviso de Biden contra o envio de armas para a Rússia.

Rede de financiamento na mira

Com as sanções de hoje, os EUA podem punir bancos menores, especialmente chinees, a fazer negócios com instituições financeiras russas já sob sanções. O Departamento do Tesouro também impôs restrições à bolsa de valores de Moscou na esperança de impedir que investidores estrangeiros invistam direta ou indiretamente em empresas de defesa russas. As sanções atingem várias empresas chinesas acusadas de ajudar a Rússia a ter acesso a equipamentos militares críticos como eletrônicos, lasers e componentes de drones.

Embora as medidas ampliem o alcance do programa de sanções dos EUA, a administração Biden até agora evitou impor sanções diretas a bancos chineses ou europeus que acredita estarem ajudando a Rússia. As novas medidas não restringem os bancos de facilitar transações relacionadas às exportações de energia da Rússia, que a administração Biden permitiu continuar devido à preocupação de que restringi-las poderia alimentar a inflação em um ano eleitoral.

Após uma breve queda do rublo com a invasão da Ucrânia, em 2022, a moeda se recuperou. Embora hoje não esteja tão forte quanto antes, a economia russa tem avançado em razão da força do crescimento relacionado à guerra.

Presidente americano, Joe Biden, e o francês, Emmanuel Macron, durante jantar no Palácio do Eliseu, em Paris Foto: Evan Vucci/AP

Eixo Pequim-Moscou

Muito disso se deve ao esforço da China. Ela tem comprado petróleo russo com desconto em relação aos preços mundiais. E intensificou sua venda de bens como microeletrônicos e software necessários para fabricar sistemas de armas, drones e defesas aéreas.

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O resultado foi o surgimento de uma economia de guerra paralela envolvendo Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. Muitas das empresas sujeitas a sanções estão em Hong Kong ou em Shenzhen, o centro de fabricação de tecnologia chinês. Funcionários do governo americano insistem que desta vez eles podem cortar o que se tornou uma relação comercial aprofundada.

Os EUA já impuseram sanções a mais de 100 entidades chinesas que vêm ajudando a Rússia, mas até agora elas fizeram pouco para dissuadir Pequim. Ao anunciar novas restrições, a administração Biden também espera estimular governos europeus e aliados asiáticos a tomar medidas semelhantes. /NYT, AP e AFP

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