WASHINGTON - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira, 17, ter aprovado o envio de um reforço de mil militares para o Oriente Médio, tendo como pano de fundo a intensificação das tensões com o Irã.
O secretário da Defesa americano, Patrick Shanahan, declarou em um comunicado que as tropas estavam sendo enviadas "para propósitos defensivos para responder a ameaças aérea, naval e em terra no Oriente Médio".
"Os Estados Unidos não buscam conflito com o Irã", acrescentou o comunicado, segundo o qual o envio das tropas visa "assegurar a segurança e o bem-estar de nosso pessoal militar que trabalha em toda a região e proteger nossos interesses nacionais".
Nesta segunda, Teerã afirmou que até o dia 27, as reservas de urânio enriquecido ultrapassarão as metas estipuladas pelo acordo nuclear em 2015, o qual Donald Trump já saiu. Porém, nações europeias permanecem no texto. O aumento para o patamar de 20% facilitaria a fabricação de bombas.
A medida é uma tentativa de ameaça às nações europeias para que não acompanhem os EUA nas sanções ao Irã. O anúncio ocorre em um momento de extrema tensão entre EUA e Irã, depois que o governo de Donald Trump acusou Teerã de atacar dois petroleiros no Estreito de Ormuz, região por onde passa 20% de todo o petróleo comercializado no mundo. Teerã nega envolvimento nos ataques.
Segundo um relatório do ano passado do centro de estudos conservador Heritage Foundation, o número estimado de militares americanos no Oriente Médio é hoje de aproximadamente 44,5 mil, contando todas as missões conjuntas do Comando Central com os países da região. O número oficial não é conhecido publicamente por questões de segurança, segundo o Heritage.
Também nesta segunda, o Pentágono divulgou novas fotos que incriminariam o Irã no ataque aos dois navios petroleiros.
As onze fotos publicadas pelo Pentágono incluem um objeto metálico circular de aproximadamente oito centímetros de diâmetro aderido ao casco do petroleiro japonês Kokuka Courageous, apresentado como um dos dispositivos utilizados para colocar uma mina magnética que não explodiu.
Os Estados Unidos afirmam que uma lancha militar iraniana retirou o dispositivo após o incidente, no dia 13 de junho.
Outra foto mostra a cavidade causada pela colocação de uma segunda mina no casco do mesmo petroleiro, que o Pentágono estima em mais de um metro de diâmetro.
"O Irã é responsável por este ataque, como revelam as provas em vídeo, e tem os recursos e habilidades necessários para retirar rapidamente uma mina sem explodir", destacou o Pentágono.
Os Estados Unidos iniciaram uma investigação com a ajuda de outros países, que Washington não identificou.
No mês passado, o governo Trump já havia anunciado o envio de 1,5 mil militares à região, após outro ataque a navios petroleiros nos Emirados Árabes. As operações do mês passado teriam como prioridade o manejamento de mísseis e aviões de inteligência e vigilância. /AFP