Os Estados Unidos disseram que manteriam "robustas capacidades de contraterrorismo" na Ásia Central depois que seus últimos voos militares deixaram Cabul na noite de segunda-feira, 30.
O Afeganistão está agora sob o controle de militantes do Taleban, que prometeram não deixar o país servir novamente como um terreno fértil para grupos terroristas como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, cujo afiliado local matou 13 militares dos EUA e pelo menos 170 civis de fora aeroporto de Cabul na semana passada.
Há muito ceticismo internacional sobre a disposição - e capacidade - do Taleban de cumprir sua promessa. "Continuaremos vigilantes no monitoramento de ameaças", disse o secretário de Estado Antony Blinken na segunda-feira, 30, acrescentando que os Estados Unidos "neutralizariam essas ameaças, se necessário", como fazem em outros lugares onde não há tropas americanas no solo.
Blinken, principal diplomata dos EUA, disse que o país demonstrou suas habilidades de contraterrorismo nos últimos dias "atacando facilitadores do ISIS-K e ameaças iminentes no Afeganistão". O Comando Central dos EUA disse que um ataque de drones no domingo destruiu um carro-bomba do grupo, que representava uma ameaça "iminente" ao aeroporto de Cabul. Também matou 10 civis - incluindo sete crianças - todos de uma mesma família, segundo o relato de parentes.
Funcionários e ex-funcionários do governo americano alertaram que será muito mais difícil evitar ameaças à segurança do país de fora do território. O Afeganistão não tem litoral e está longe de qualquer grande base militar dos EUA, e o funcionamento de drones no vizinho Paquistão ou Usbequistão traz desafios políticos significativos.
Alguns militares e oficiais de inteligência também alertaram que o colapso do governo afegão pode significar o ressurgimento da Al-Qaeda. Embora o grupo esteja substancialmente enfraquecido desde 2001, seus combatentes permanecem no Afeganistão. Em abril, a comunidade de inteligência dos EUA disse ao Congresso que a Al-Qaeda "continuará a tramar ataques e buscar explorar conflitos em diferentes regiões".
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.