Os Estados Unidos autorizaram a extradição do ex-presidente peruano Alejandro Toledo (2001-2006) por crimes de corrupção, informou a promotoria peruana nesta terça-feira, 21. Toledo é acusado de receber propina da Odebrecht para favorecer os negócios que a construtora brasileira mantinha no Peru, quando era o mandatário do país.
“Foi informado que o Departamento de Estado dos Estados Unidos concedeu a extradição de Alejandro Toledo Manríque, pelos crimes de conluio e lavagem de dinheiro”, disse o Ministério Público em mensagem no Twitter.
O MP também indicou que está “realizando a coordenação” com as autoridades “nacionais e estrangeiras” para “a execução de sua extradição”.
O ex-presidente foi preso em 16 de julho de 2019, na Califórnia, onde mora desde que deixou a presidência, exceto por um hiato em 2011, quando concorreu às eleições presidenciais para um segundo mandato, sendo derrotado no primeiro turno. Desde março de 2020, com a pandemia de covid-19, ele estava em prisão domiciliar.
Toledo, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, solicitou milhões em pagamentos de propina da Odebrecht enquanto estava no cargo, em conexão com contratos governamentais concedidos para a construção da Rodovia Interoceânica Sul Peru-Brasil (Carretera Interoceánica del Sur), um projeto de infraestrutura do governo peruano. A Odebrecht posteriormente pagou propina a Toledo por meio de contas mantidas por terceiros.
Os promotores pedem uma pena de prisão de 20 anos e seis meses contra Toledo, que admitiu que a Odebrecht pagou pelo menos US$ 34 milhões e que recebeu parte desse dinheiro, mas afirma ser inocente e que foi o falecido empresário Josef Maiman, que estava à frente desses negócios, segundo a imprensa peruana.
Toledo faz parte da lista de ex-presidentes peruanos com processos judiciais ou condenados por corrupção: Alberto Fujimori (1990-2000), Ollanta Humala (2011-2016), Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Martín Vizcarra (2018- 2020) e Pedro Castillo (2021-2022)./ AFP
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