WASHINGTON - A embaixadora americana na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, defendeu neste domingo, 10, que a decisão do seu governo de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel "movimentará a bola para frente" no processo de paz entre israelenses e palestinos.
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"Quando alguém toma uma decisão sempre haverá alguns que verão isso negativamente e outros que verão positivamente. Mas, acho que, ao final, isto movimentará a bola para frente no processo de paz", afirmou ela em entrevista à rede "CNN".
Nikki defendeu assim a decisão anunciada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e ordenar que a embaixada americana no país seja transferida de Tel-Aviv para lá.
A decisão comprometeu o papel de Washington como mediador de paz, disparou a tensão na região com dezenas de protestos, principalmente em países árabes, e provocou até uma declaração de condenação dos ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe, que pediram a Trump que se retrate.
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Na entrevista à "CNN", Nikki reconheceu que o seu governo já esperava reações negativas, mas insistiu que reconhecer Jerusalém como a capital israelense ajudará na paz. Ela considerou que Trump "tirou Jerusalém" da mesa de negociação, para que líderes israelenses e palestinos possam agora abordar outros temas, como Jerusalém Oriental, que os palestinos reivindicam como capital do seu futuro Estado e Israel ocupou em 1967. Após a sua anexação, a ONU pediu que a comunidade internacional retirasse as suas delegações da Cidade Santa.
"Sobre Jerusalém Oriental ou a qualquer outra parte, isso é entre palestinos e os israelenses, isso não cabe aos Estados Unidos. O que nos cabe dizer que queremos a nossa embaixada na capital e a capital é Jerusalém", defendeu.
Nikki disse ainda que Trump é o primeiro presidente americano que teve a "coragem" de aplicar a lei adotada no Congresso em 1995, mas que foi sistematicamente prorrogada por todos os presidentes. "Sobre as pessoas incomodadas, sabíamos que isso aconteceria. Se deve a um ato de coragem", declarou. / EFE e AFP
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