EUA: hospital perde parte do crânio de paciente em meio a cirurgia, diz processo

Parte óssea de cerca de 12 por 15 centímetros do crânio teria sido removida durante cirurgia de emergência e substituída por implante sintético, o que fez com que o homem entrasse com processo por negligência; hospital não comentou

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Por Anumita Kaur (The Washington Post)

Um homem do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, e sua esposa estão processando um hospital por negligência, depois que a equipe supostamente perdeu um pedaço de cerca de 12 por 15 centímetros do crânio do homem, porque não teria etiquetado corretamente as partes do corpo, de acordo com uma ação apresentada neste mês.

A ação, apresentada no Tribunal Estadual do Condado de DeKalb, alega que o Hospital Midtown da Universidade Emory e sua equipe causaram dor e sofrimento a Fernando Cluster e sua esposa, Melinda Cluster, e os sobrecarregaram com mais de US$ 100 mil em contas médicas desnecessárias depois que perderam um segmento do crânio dele durante uma cirurgia de emergência. O hospital de Atlanta não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do The Washington Post, nem os representantes do casal Cluster.

Fernando Cluster e sua esposa estão processando o hospital, que fica na Geórgia, nos Estados Unidos, por negligência, alegando que a equipe teria perdido pedaço do seu crânio.  Foto: Emory University Hospital Midtown

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Fernando Cluster foi internado no hospital em setembro de 2022, depois de ser diagnosticado com uma hemorragia cerebral. Ele passou por um procedimento para aliviar a pressão, diz o processo, que removeu temporariamente uma parte do crânio de Cluster. Estava previsto que essa peça de 12 por 15 centímetros do crânio seria reimplantada cerca de um mês e meio depois, assim que o inchaço diminuísse.

Quando a equipe do hospital preparava Cluster para o reimplante em novembro de 2022, no entanto, os profissionais “não conseguiram identificar” sua seção do crânio, de acordo com a ação. “Quando o pessoal do Emory foi buscar o retalho ósseo, ‘havia vários retalhos ósseos com identificação incompleta ou ausente do paciente’ e, portanto, o Emory ‘não podia ter certeza de qual, se algum, desses pertencia ao Sr. Cluster’”, aponta o processo. A equipe teria então informado Cluster que seu pedaço de crânio não podia ser encontrado.

Isso teria levado a um processo mais longo e mais caro para proteger permanentemente o cérebro de Cluster, aponta a ação. Em vez de ter seu próprio osso implantado, Cluster teria sido informado de que precisaria de um implante sintético, que precisaria ser fabricado. Essa cirurgia então teria ocorrido 12 dias depois. Cluster foi “forçado a ficar mais tempo no hospital”, afirma o processo, e ele “teve que ter material sintético implantado em sua cabeça”.

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O processo afirma que então o hospital cobrou de Cluster o custo do substituto sintético, o tempo adicional no hospital e o procedimento. O jornal Atlanta Journal-Constitution relatou que o implante sintético custou mais de US$ 19 mil. “O Sr. Cluster subsequentemente sofreu uma infecção no retalho sintético, o que necessitou de uma cirurgia adicional”, acrescenta o processo.

Na ação, o casal argumenta ainda que o hospital Emory não exerceu “cuidado comum e razoável” ao armazenar a peça do crânio de Cluster. Os Cluster alegam ter acumulado mais de US$ 146.845 em despesas médicas devido à negligência do hospital e buscam indenização do hospital por danos.

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