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EUA: loja coloca crânio humano verdadeiro meio à decoração de Halloween

Especialistas acreditam que ossada é antiga e pertence a um nativo americano, o que figuraria crime já que Estados Unidos têm uma lei de proteção de túmulos de nativos

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Por Ben Brasch

Beth Meyer não achava que as pessoas iriam se assustar com a exibição de um crânio humano de verdade na loja de antiguidades que ela ajuda a administrar. Ela achou que seria uma decoração divertida para o Halloween, em uma loja que já é preenchida por várias outras coisas curiosas.

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Meyer, uma das gerentes da loja Paradise Vintage em North Fort Myers, na Florida, colocou a caveira à venda em setembro e não se importou muito com isso — até que um antropologista entrou na loja no sábado, 4. Ele tinha uma opinião profissional para Meyer e para o Gabinete do Xerife do Condado de Lee: não apenas era um crânio muito verdadeiro, mas como também muito antigo e possivelmente de um nativo americano, de acordo com um relatório do gabinete do xerife obtido pelo The Washington Post.

“Tem sido bem emocionante”, Meyer, de 61 anos, disse ao Washington Post na segunda-feira, 6.

Embora a legislação da Flórida diga que vender restos humanos seja um delito, o relatório do xerife não fez menção a uma violação de lei. A polícia até fez um post no Facebook anunciando a descoberta que começou como “Em uma reviravolta de eventos não tão úmeros…”, antes de acrescentar que o caso não era “de natureza suspeita”.

Os restos mortais estão agora com médicos legistas, que irão examinar o osso para descobrir mais informações. Mas parece que os especialistas estão concordando com a hipótese do antropólogo de que a caveira exposta no Halloween é de um nativo americano. Meyer sabia que o crânio era real, mas disse aos policiais que “não sabia que o crânio era de um nativo americano”, de acordo com o relatório do incidente.

Se de fato forem de um nativo americano, esses restos mortais importam por diversos motivos. Entre eles está a Lei de Proteção e Repatriação de Túmulos dos Nativos Americanos, uma lei federal dos Estados Unidos promulgada em 1990 que estabelece processos rígidos para impedir a venda livre de tais restos mortais. A lei federal também exige que os restos sejam devolvidos aos descendentes diretos, oficiais de tribos indígenas ou líderes religiosos tradicionais.

Meyer disse que ela não sabia que estava comprando o crânio quando ela e seu sócio compraram um box de armazenamento de um homem doente em 2022. Ela disse que achava que estava comprando pedras, que é sua especialidade. “Havia muitas coisas e livros estranhos, mas nenhuma pedra”, disse ela. “Fiquei desapontada.”

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Ela encontrou a caveira enquanto vasculhava caixas em abril deste ano, porque a loja mudou para um novo local. Ela sabia que era real porque frequentemente lida com fósseis, ossos e moldes de gesso. Só em setembro ela se lembrou da caveira e decidiu exibi-la na loja à medida que a temporada assustadora se aproximava. Meyer disse que fixou o preço da caveira em US$ 4 mil. “Coloquei um preço tão alto nisso que imaginei que ninguém iria comprá-lo”, disse ela.

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