EUA pedem que cidadãos americanos reservem ‘qualquer passagem disponível’ para deixar Líbano

Aviso da Embaixada dos EUA em Beirute ocorreu após alerta do Reino Unido sobre a possibilidade de deterioração rápida da situação na região

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Por Redação
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Em meio às tensões no Oriente Médio, o governo dos Estados Unidos pediu aos cidadãos americanos que deixem o Líbano por meio de qualquer passagem aérea disponível. O aviso da Embaixada dos EUA em Beirute ocorre após outros países, como Reino Unido, alertarem sobre a possibilidade de deterioração da situação na região. Os avisos sobre o risco de uma guerra entre Israel e o Hezbollah, com consequências imprevisíveis, se multiplicaram neste sábado, 3.

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“Encorajamos aqueles que desejam partir do Líbano a reservar qualquer bilhete disponível, mesmo que esse voo não parta imediatamente ou não siga a rota de sua primeira escolha”, disse a embaixada, em publicação no X.

A Embaixada dos EUA afirmou que aqueles que optarem por permanecer no Líbano devem “preparar planos de contingência” e estar prontos para “se abrigar no local por um longo período”.

O Pentágono informou ter enviado navios de guerra e caças para a região para ajudar a defender Israel de possíveis ataques do Irã e seus aliados.

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Os chefes das diplomacias americana e francesa, Antony Blinken e Stéphane Séjourné, em uma conversa telefônica, pediram a todas as partes “o máximo de contenção, para evitar uma conflagração que teria consequências devastadoras para os países da região”, informou o Ministério das Relações Exteriores da França.

O Reino Unido também está enviando equipes militares, consulares e agentes da força de fronteira para auxiliar em evacuações. Dois navios militares britânicos já estão na região, e a Força Aérea Real colocou helicópteros de transporte em prontidão.

“As tensões estão altas e a situação pode se deteriorar rapidamente”, alertou o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, acrescentando: “Minha mensagem para os cidadãos britânicos no Líbano é clara: saiam agora”.

A Jordânia também emitiu um aviso, pedindo aos cidadãos que deixem o Líbano imediatamente e alertando para que as pessoas não viajem para lá. O Canadá avisou seus cidadãos a evitarem viagens a Israel, além de manter as recomendações contra visitas ao Líbano.

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Região no Líbano próxima à fronteira com Israel; temor de deterioração da situação aumentou nos últimos dias Foto: AFP

As tensões na região aumentaram com a morte, na terça-feira, de um oficial sênior do Hezbollah em um bombardeio israelense em um subúrbio de Beirute e com a morte, no dia seguinte, em Teerã, atribuída a Israel, do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.

Haniyeh, cuja morte foi denunciada no sábado em protestos em vários países muçulmanos, incluindo Marrocos e Turquia, foi enterrado na sexta em um cemitério perto de Doha, no Qatar, onde vivia no exílio, após receber um funeral em massa. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com “punição severa”, e o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, falou de uma “resposta inevitável”.

A representação iraniana na ONU disse que esperava que o Hezbollah atacasse “profundamente” o território israelense e não se limitasse a alvos militares.

Israel e o Hezbollah libanês, aliado do Hamas, têm se envolvido em duelos de artilharia quase diários desde o início da guerra de Gaza. O Hezbollah anunciou neste sábado que disparou “dezenas” de foguetes contra um assentamento ao norte de Israel.

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O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse na quinta-feira que Israel “está em um alto nível de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo”. Nesse contexto, a Turkish Airlines cancelou seus voos noturnos para Teerã no sábado, pela segunda noite consecutiva, sem explicação.

A Defesa Civil da Faixa de Gaza disse que um bombardeio israelense matou pelo menos 17 pessoas em um complexo escolar na Cidade de Gaza. O porta-voz da Defesa Civil do território palestino, Mahmoud Basal, confirmou anteriormente à AFP que o complexo estava abrigando pessoas deslocadas pela guerra. O exército israelense confirmou o ataque e disse que o objetivo era atingir “terroristas que operavam em um centro de comando e controle do Hamas” instalado no complexo.

A guerra começou em 7 de outubro, com uma incursão de terroristas que matou 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestrou 251 no sul de Israel, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Israel estima que 111 pessoas ainda estejam presas em Gaza, embora 39 delas tenham sido mortas. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 39.550 pessoas em Gaza, incluindo mais civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007./Com a AFP

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