Os esforços norte-americanos para isolar economicamente o Irã receberão um forte impulso este mês. Cedendo às pressões de Washington, o último dos grandes bancos europeus que opera no país deixará de realizar altos volumes de transações de dólares do governo iraniano. De acordo com a edição européia do jornal The Wall Street Journal, o Commerzbank AG, o segundo maior banco da Alemanha, encerrará as negociações com o Irã no próximo dia 31 de janeiro. Ao longo do ano passado, grande parte das instituições financeiras européias que mantinham relações com o Irã cedeu às pressões norte-americanas e restringiu suas transações com os bancos controlados pelo governo iraniano, acusados pelos EUA de apoiarem o terrorismo internacional. Outro motivo alegado pelos EUA para isolar o governo iraniano é o programa nuclear desse país. Na terça-feira, o Departamento do Tesouro norte-americano acusou o quinto maior banco estatal do Irã, o Sepah, e suas filiais de contribuírem com a proliferação de armamentos. De acordo com o subsecretário do Tesouro, Stuart Levey, a instituição era o principal canal financeiro das empresas de mísseis iranianos. Em 2006, o Commerzbank AG foi o principal gerente das transações de dólares iranianos nos EUA. Analistas americanos acreditam que o Irã começou a sentir os efeitos das pressões norte-americanas. Autoridades do país negam que os bancos iranianos estejam administrando fundos de organizações terroristas. Os EUA consideram essencial envolver a Europa no isolamento do governo iraniano, pois a União Européia é o maior parceiro comercial do país. Somente em 2006, as transações entre totalizaram um valor superior a US$ 25 bilhões.
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