WASHINGTON - Os Estados Unidos estão no meio de uma intensa pressão diplomática para evitar uma guerra total entre Israel e as forças do Hezbollah no Líbano, à medida que crescem os riscos de que ambos os lados possam iniciar um conflito regional mais amplo.
Nos últimos dias, as autoridades dos EUA pressionaram representntes do governo israelense e transmitiram mensagens aos líderes do Hezbollah com o objetivo de evitar um conflito regional mais amplo que temem que possa atrair tanto o Irã como os Estados Unidos.
O ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, se encontrou com vários funcionários do governo Biden em Washington esta semana, em grande parte para discutir a escalada de tensões na fronteira norte de Israel com o Líbano. Essa seguiu-se a uma realizada na semana passada pelo conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, e seu ministro de assuntos estratégicos, Ron Dermer.
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Também na semana passada, um alto funcionário da Casa Branca, Amos Hochstein, que assumiu um papel diplomático informal na mediação entre os dois lados, visitou Israel e o Líbano. Hochstein alertou o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, que os Estados Unidos não seriam capazes de conter Israel caso este se comprometesse com uma guerra total.
Rivais há décadas, Israel e Hezbollah têm frequentemente trocado fogo ao longo da fronteira norte de Israel. Depois do ataque liderado pelo grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, ter desencadeado uma ofensiva violenta de Israel em Gaza, o Hezbollah começou a disparar contra Israel, principalmente contra alvos militares israelenses, para demonstrar solidariedade com o Hamas, que também é apoiado pelo Irã.
Os combates se intensificaram nas últimas semanas em paralelo com a diminuição das operações em Gaza.
O cenário de pesadelo para as autoridades americanas seria uma escalada em que, pela segunda vez, o Irã e Israel trocassem ataques diretos. Num novo episódio, os Estados Unidos podem não serem capazes de controlar a escalada da retaliação como fizeram em abril.
Por enquanto, as autoridades dos EUA acreditam que tanto Israel como o Hezbollah prefeririam chegar a uma solução diplomática.
Durante a sua visita a Washington, Gallant disse a funcionários do governo Biden que Israel não queria uma guerra em grande escala com o Hezbollah, mas que estava preparado para atingir duramente o grupo se fosse provocado muito mais. Entre as autoridades que se reuniram com Gallant estavam Hochstein, o secretário de Estado Antony Blinken e o diretor da CIA, William Burns.
O primeiro-ministro de Israel Binyamin Netanyahu está lidando uma crescente pressão política para restabelecer a segurança no norte de Israel, onde cerca de 60 mil moradores precisaram deixar suas casas. Muitos esperam voltar para a região antes do início do novo ano escolar em setembro, mas a maioria diz que não se sentirá segura o suficiente para voltar enquanto os ataques do Hezbollah continuarem.
Intensificando o risco está a incerteza entre Estados Unidos, Israel, Hezbollah e Irã sobre as verdadeiras intenções uns dos outros.
“Há a possibilidade de reverter esta mais recente escalada e expansão do conflito,” alertou Suzanne Maloney, diretora do programa de política externa na Instituição Brookings em Washington, D.C. “Mas existem quatro atores envolvidos em um perigoso jogo de provocação e a possibilidade de erro de cálculo é alta”. “Muitos em Washington e em outros lugares subestimaram a tolerância ao risco da atual liderança iraniana”, acrescentou.
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