WASHINGTON - Os Estados Unidos planejam construir um porto temporário na Faixa de Gaza com o objetivo de aumentar o fluxo de ajuda humanitária ao enclave. A expectativa é de que o anúncio seja feito pelo presidente Joe Biden nesta quinta-feira, 7, no tradicional discurso do Estado da União.
Funcionários do governo disseram, sob condição de anonimato, que a operação não requer a presença de tropas americanas em campo para construção do píer, que permitirá a entrega de alimentos, remédios e outros itens essenciais por navio. Ainda não se sabe quando a construção vai começar ou qual é o prazo para que o porto temporário esteja em operação.
“Não estamos esperando pelos israelenses. Este é o momento da liderança americana”, disse uma autoridade da Casa Branca, refletindo a crescente frustração em Washington pela ajuda insuficiente, segundo o The Guardian.
“Hoje à noite, o presidente anunciará em seu discurso sobre o Estado da União que instruiu as forças armadas dos EUA a realizar uma missão de emergência para estabelecer um porto em Gaza, trabalhando em parceria com países com ideias semelhantes e parceiros humanitários”, disse.
A morte de mais de 100 palestinos que cercavam um comboio humanitário, na semana passada, aumentou a pressão por mais ajuda ao enclave sitiado. E os Estados Unidos começaram a lançar água e comida de aviões para a Faixa.
“O fluxo de ajuda para a Faixa de Gaza não é nem de longe suficiente. Não é nem de longe suficiente. Vidas inocentes estão em risco, vidas de crianças estão em risco. Não ficaremos parados até conseguirmos que mais ajuda chegue”, disse Biden ao anunciar que os EUA lançariam ajuda humanitária de aviões.
Na ocasião, o presidente americano mencionou pela primeira vez a possibilidade de abrir um corredor marítimo no esforço para reduzir o drama humanitário em Gaza. “Vamos procurar abrir outros caminhos, incluindo possivelmente um corredor marítimo”, disse.
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A ONU tem alertado repetidamente para o risco de fome no enclave, onde a guerra iniciada pelo ataque terrorista do Hamas já deixou mais de 30 mil mortos.
A crise humanitária eleve a pressão internacional por um cessar-fogo, mas até agora não houve acordo e as conversas só devem ser retomadas na semana que vem. Com esse cronograma, a perspectiva de uma pausa nos combates até o começo do Ramadã - feriado muçulmano que este ano será celebrado a partir de 10 de março - se torna impossível.
Internamente, as críticas ao apoio dos Estados Unidos a Israel se transformaram em votos de protestos contra Joe Biden nas primárias democratas. O movimento pelo voto “não comprometido” começou no Michigan e se espalhou entre os Estados que foram votaram na Superterça. Em Minnesota, essa opção teve quase 20% dos votos, o suficiente para eleger 5 delegados para Convenção Nacional do Partido Democrata./Com AP
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