EUA retiram parcialmente sanções à Venezuela para promover diálogo político

Governo Biden quer incentivar acordos entre a oposição, liderada por Juan Guaidó, e o partido de Nicolás Maduro

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Por Redação
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WASHINGTON - Os Estados Unidos vão suspender algumas de suas sanções econômicas contra a Venezuela, voltando a permitir, por exemplo, que a petroleira americana Chevron negocie com a estatal venezuelana PDVSA, como medida para tentar reativar o diálogo entre a oposição e o governo do presidente do país sul-americano Nicolás Maduro.

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“Quero esclarecer que o governo (americano) está fazendo isso em resposta às conversas que estão ocorrendo entre o regime e o governo interino (da Venezuela, liderado por Juan Guaidó)”, afirmou em entrevista a jornalistas nesta terça-feira, 17, um alto funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato.

As conversas que a oposição venezuelana -- agrupada sob o nome de Plataforma Unitária -- e o governo de Maduro realizavam na Cidade do México foram suspensas em outubro do ano passado, após a extradição de Alex Saab, um suposto testa de ferro do presidente venezuelano, de Cabo Verde para os Estados Unidos.

Ao suspender a proibição de negociações entre a Chevron e a PDVSA, o governo americano permite que ambas as empresas “conversem”, mas em nenhum caso explorem ou comercializem o petróleo bruto venezuelano. A medida, portanto, não implicará em “qualquer aumento nas receitas do regime”, disse o funcionário do governo americano.

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As medidas são anunciadas um dia após o governo Biden levantar uma série de restrições a Cuba. Os dois países, assim como a Nicarágua, são considerados ditaduras pelos Estados Unidos.

EUA querem estimular diálogo entre líder da oposição, Juan Guaidó, e governo de Nicolás Maduro Foto: Cristian Hernandez/ AFP

Apoio ao governo interino

Segundo a imprensa americana, os Estados Unidos retirariam de sua lista de pessoas alvos de sanções Carlos Erik Malpica Flores, sobrinho da primeira-dama da Venezuela e ex-funcionário do alto escalão da PDVSA.

“Nosso enfoque tem sido apoiar o governo interino e a Plataforma Unitária, a fim de que o regime tome medidas para conseguir eleições livres e justas, por meio de negociações”, disse o funcionário do governo americano. Nesse sentido, afirmou, a política de sanções será “calibrada” para reduzir a pressão em caso de avanços em direção à restauração democrática, ou aumentada se o processo sair dos trilhos.

A estratégia de Biden, no entanto, gera tensões políticas internas. Bob Menéndez, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e membro influente do Partido Democrata de Biden, declarou-se a favor de uma solução negociada para a crise venezuelana, mas disse que “os Estados Unidos devem considerar apenas recalibrar as sanções em resposta a passos concretos”.

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“Dar a Maduro um punhado de dádivas não merecidas para que seu regime prometa se sentar para negociar é uma estratégia fadada ao fracasso”, afirmou Menéndez, após criticar as medidas anunciadas sobre Cuba. Seu colega republicano Marco Rubio foi além, acusando Biden de “apaziguar” ditadores: “Não podemos seguir permitindo que os simpatizantes marxistas do governo Biden dirijam a política externa dos Estados Unidos”.

Dezoito congressistas da ala mais à esquerda do Partido Democrata pediram na semana passada a Biden que levantasse as sanções contra a Venezuela e continuasse o diálogo com o governo Maduro, após o “compromisso construtivo” da Casa Branca com a viagem a Caracas em março. /AFP e EFE

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