O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta terça-feira, 25, novas sanções contra a cúpula do regime chavista. Entre os punidos estão Cilia Flores, mulher do presidente, Nicolás Maduro, e a vice-presidente Delcy Rodríguez. Ao mesmo tempo, na ONU, o presidente Donald Trump, classificou o regime venezuelano de “repressivo” e falou em uma aliança pela “restauração da democracia na Venezuela”.
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Em Nova York, Trump foi questionado pela imprensa mais de uma vez sobre quais medidas estariam sendo analisadas pelos EUA contra a Venezuela. Após encontro com o presidente da Colômbia, Iván Duque, ele evitou respostas diretas sobre a possibilidade de intervenção militar.
“Estamos olhando de maneira muito atenta para a Venezuela”, afirmou Trump. “Estamos investindo muito tempo e esforço na Venezuela”, disse, questionado sobre a possibilidade de mais sanções. O presidente americano afirmou também que o que acontece no país é “perturbador e perigoso”. “É um lugar horrível atualmente”, disse Trump.
No momento mais tenso da entrevista, Trump sugeriu que o regime chavista poderia ser derrubado “muito rapidamente” pelas Forças Armadas, “se os militares decidissem fazer isso”. “Temos olhado para isso e vamos ver o que acontece”, disse o presidente.
Segundo Trump, sua visão é compartilhada por outros países da América Latina, como Colômbia e Peru.
Além de Cilia e Delcy, as ações do governo americano anunciadas hoje atingem também os ministros da Informação, Jorge Rodríguez – irmão de Delcy –, e da Defesa, Vladimir Padrino López. Todos estariam envolvidos em casos de corrupção.
As sanções incluem a apreensão de um jato particular, cujo proprietário tem ligações com Maduro. Em ato transmitido pela TV estatal da Venezuela, o presidente venezuelano chamou as autoridades americanas de “covardes” por aplicarem sanção a sua esposa. “Como não podem com Maduro, vão atrás de Cilia. Não sejam covardes”, disse.
Cilia, Delcy, Jorge Rodríguez e Padrino López fariam parte da rede criminosa comandada por Diosdado Cabello, o número 2 do chavismo, e pelo empresário Rafael Sarria Diaz, acusado de lavar dinheiro para a cúpula do governo venezuelano nos EUA. Ambos já haviam já haviam sido alvo de sanções americanas em maio.
“Maduro depende de seu círculo interno para manter o controle sobre o poder, enquanto seu regime rouba o que resta da riqueza da Venezuela. Continuamos a identificar partidários que permitem a Maduro solidificar seu poder enquanto o povo venezuelano sofre”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. “O Tesouro americano continuará a impor punição financeira aos responsáveis pelo trágico declínio da Venezuela e às pessoas que eles usam para mascarar sua riqueza ilícita.”
O Departamento do Tesouro também impôs sanções a alguns chavistas suspeitos de tráfico de drogas. É o caso do ex-vice-presidente Tareck El Aissami, considerado um narcotraficante nos EUA. A suspeita de que o Estado venezuelano esteja envolvido no negócio aumentou após a prisão de Efraín e Franqui Flores, filhos do primeiro casamento de Cilia Flores. Eles foram detidos no Haiti com 800 quilos de cocaína, que seriam levados para os EUA.