EUA aplicam sanções a três suspeitos de apoiar atividades da Al-Qaeda no Brasil

Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou nota em que ressalta que o terrorismo é uma "ameaça global" e pregou cooperação com as autoridades brasileiras

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BRASÍLIA - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 22, a inclusão em uma lista de sanções de três pessoas que mantiveram atividades no Brasil e são suspeitas de financiar o grupo terrorista Al-Qaeda. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou nota em que ressalta que o terrorismo é uma "ameaça global" e pregou cooperação com as autoridades brasileiras. "Esta ação contra os apoiadores do terrorismo internacional, sediados no Brasil, ressalta que o terrorismo é uma ameaça global que requer ação e cooperação global. Estamos empenhados a continuar o trabalho em estreita colaboração com nossos parceiros brasileiros para combater esta ameaça." A decisão de incluir os suspeitos na lista de sanções foi informada ao Palácio do Planalto, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Polícia Federal.

O presidente dos EUA, Joe Biden. Foto: EFE/EPA/Ken Cedeno / POOL

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Por decisão do Departamento de Tesouro americano foi incluído nas punições Haytham Ahmad Shukri Ahmad Al-Maghrabi, que chegou ao Brasil em 2015 e foi um dos primeiros integrantes de uma das redes da Al-Qaeda. Mohamed Sherif Mohamed Awadd, que chegou ao País em 2018 e estava envolvido em falsificação de dinheiro, também faz parte das sanções. Awadd é dono da Home Elegance Comércio de Móveis, empresa sediada em São Paulo. Ahmad Al-Khatib também passou a fazer parte da lista, ele é o dono da Enterprise Comércio de Móveis e Intermediação de Negócios EIRELI, outra empresa do ramo de móveis, que também fica em São Paulo. Tanto Ahmad, quanto Awadd são suspeitos de terem ajudado, com apoio financeiro e tecnológico, Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, que em 2019, passou ser procurado pelo FBI por suspeitas de ter agido em nome de Al-Qaeda. A decisão permite ao governo americano bloquear bens, desde que estejam nos Estados Unidos ou no controle deles. Todas as propriedades ligadas aos indivíduos incluídos na lista são afetadas. A lista também é observada por bancos globais e dificulta as empresas fecharem negócios com aqueles que são alvos.

Procurados pelo Estadão, Awad e Al-Khatib não quiseram dar entrevista.  "As designações de hoje ajudarão a negar o acesso da Al-Qaeda ao setor financeiro formal para gerar receita para apoiar suas atividades", declarou, por meio de nota,Andrea Gacki, diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), responsável por organizar a lista de sanções. "As atividades desta rede sediada no Brasil demonstram que a Al-Qaeda continua sendo uma ameaça terrorista global generalizada", completou. Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia determinado sanções ao Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo de crime organizado que atua no Brasil. Na divulgação, os EUA classificaram o PCC como o mais poderoso grupo do crime organizado do Brasil e um dos mais poderosos do mundo.