O secretário de Estado americano Antony Blinken sugeriu que uma coalizão de países do Oriente Médio ou agências internacionais poderia assumir temporariamente a Faixa de Gaza no pós-guerra, caso Israel consiga derrotar o grupo terrorista Hamas. Esse controle interino se daria até que um governo da Autoridade Palestina fosse estabelecido no enclave, disse ele neste terça-feira, 31.
“Em algum momento, o que faz mais sentido é uma Autoridade Palestina revigorada e efetiva gerir a Faixa de Gaza”, disse Blinken em uma audiência no Senado. “Ainda é questionável se essa alternativa é viável a curto prazo. Se não for, há outros caminhos temporários, que podem envolver outros atores na região.”
Nessa solução temporária citada por Blinken, países árabes da região teriam a custódia de Gaza até que a AP assumisse. Outra alternativa seria um mandato de uma força internacional, provavelmente das Nações Unidas.
Israel teme que o controle da AP sobre Gaza não garanta a segurança da população no sul do país. O grupo, que governa a Cisjordânia tem se enfraquecido nos últimos anos e perdido popularidade entre os palestinos.
Ajuda humanitária
A senadores americanos, Blinken disse ainda que espera um aumento da ajuda humanitária na região, que poderia chegar a cem caminhões por dia esta semana. Ele admitiu que o volume é insuficiente para atender as necessidades dos civis em Gaza, que enfrentam um drama humanitário com os bloqueios israelenses e a escalada do conflito. Mas pontou que, mesmo com um volume maior de ajuda, de até 500 caminhões por dia, ainda existe o desafio de garantir que esses recursos sejam de fatos distribuídos no enclave.
Forças israelenses chegam à Cidade de Gaza
Enquanto isso, as forças israelenses chegaram ao norte da Cidade de Gaza e avançam em direção à rodovia beira-mar que atravessa todo o enclave, denunciou o Ministério do Interior, controlado pelo grupo terrorista.
Mais ao norte, a escalada do conflito atingiu Jabalia, que fica a cerca de quatro quilômetros da Cidade de Gaza e abriga o maior campo de refugiados do enclave. Fotos divulgadas pelas agências internacionais mostram uma enorme cratera e destruição dos prédios ao redor enquanto equipes civis de resgate vasculham os escombros para socorrer as vítimas.
Um representante de Israel disse ao New York Times que ainda analisa as informações sobre o que teria acontecido no local da cratera. Nas redes sociais, Daniel Hagari, o porta-voz do IDF (Forças de Defesa de Israel da sigla em inglês) anunciou que ataques israelenses mataram um dos líderes do Hamas em Jabalia.
Leia também
“Ele foi eliminado como parte de um ataque em larga escala contra os terroristas e a infraestrutura terrorista do batalhão de Jabalia”, escreveu Hagari no X (antigo Twitter) ao anunciar a morte de Ebrahim Biari, descrito como comandante do do grupo terrorista em Jabalia.
Ainda de acordo com o porta-voz israelense, ele seria um dos líderes responsáveis pelo ataque terrorista que matou mais de 1.400 pessoas em Israel e deu início a guerra. A ação teria usado aviões de guerra do IDF guiados pela inteligência do Shin Bet, a agência de segurança de Israel.
O Hamas, por sua vez, negou que o comandante estivesse na área atingida pelos aviões israelenses./THE NEW YORK TIMES
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.