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EUA temem que China envie drones e armas para a Rússia na Guerra na Ucrânia

Diretor da CIA acredita que Pequim considera a hipótese de enviar armamento para tropas de Moscou

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Por Redação

Os EUA alertaram neste domingo, 26, que a China planeja enviar ao menos 100 drones e diversas armas para Moscou nas próximas semanas.

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Em entrevista à rede de televisão americana CBS News, o diretor da CIA, William J. Burns, confirmou a possibilidade de que a China envie ajuda letal à Rússia em sua guerra contra a Ucrânia. “Acreditamos que a liderança chinesa está considerando o fornecimento de equipamento letal”, disse Burns no programa Face the Nation.

A revelação de que o presidente da China, Xi Jinping, está considerando essa escalada é uma mudança em relação às avaliações anteriores do governo Biden.

No início deste mês, Burns disse a estudantes da Universidade de Georgetown que Xi estava “muito relutante em fornecer o tipo de arma letal que a Rússia está interessada em usar na Ucrânia”.

O diretor da CIA, William Burns, em um depoimento no Congresso americano, no começo do ano: agência desconfia de que China vai enviar armas para a Rússia na Ucrânia  Foto: Jabin Botsford./WashingtonPost

Burns enfatizou que a China ainda não tomou a decisão de transferir ajuda letal para a Rússia e esclareceu que a lógica por trás da decisão do governo Biden de tornar pública essa informação obtida pelos serviços de inteligência americanos é demover os chineses da ideia.

“A China não tomou uma decisão final sobre o assunto, e não vemos evidências de remessas reais de equipamentos letais”, disse Burns. “E é por isso que o secretário Blinken e o presidente Biden acharam importante revelar essas informações e deixar bem claro quais seriam as consequências disso também”.

Se a China enviar armas à Rússia, isso poderia pender a balança do conflito para o lado de Moscou, com ganhos territoriais e militares – uma realidade que os EUA e seus aliados europeus têm trabalhado para evitar com centenas de bilhões de dólares em remessas de armas.

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Os EUA já alertaram a China sobre o envio de ajuda letal à Rússia. Em uma reunião com o principal diplomata da China, Wang Yi, na Conferência de Segurança de Munique, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que tal medida “prejudicaria gravemente as relações diplomáticas entre Washington e Pequim”.

“Dissemos publicamente e em particular que havia indícios de que os chineses estavam considerando a possibilidade de assistência letal, mas também dissemos que não os vimos tomar essa decisão ou mover-se nessa direção”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA. “E nós certamente não queremos que eles façam isso.”

As autoridades dos EUA rastrearam por meses o envio de itens não letais e de uso duplo da China para a Rússia. Itens de uso duplo podem variar de laptops e equipamentos de telecomunicações a peças de aeronaves normalmente usadas para fins civis mas que podem ser adaptadas para uso militar. “Houve alguma ajuda desse tipo, de uso duplo, vindo de empresas chinesas, que certamente foi aprovado pelo Estado”, disse Blinken.

De olho em Taiwan

Burns observou que a invasão da Ucrânia pela Rússia e a consequente resposta mundial foram de particular interesse para Xi.”Não há líder estrangeiro que tenha observado com mais cuidado a experiência de Vladimir Putin na Ucrânia, a evolução da guerra, do que Xi Jinping”, disse Burns. “Acho que, de muitas maneiras, ele ficou inquieto e sóbrio com o que viu.”

A declaração de Burns se refere ao desejo crescente da China de controlar Taiwan, a ilha independente que os chineses consideram parte integrante do território da China continental. No mês passado, o principal enviado de Taiwan aos EUA disse que a nação insular está aprendendo lições importantes com a invasão da Rússia.

“Acho que precisamos levar muito a sério as ambições de Xi em relação ao controle final de Taiwan. Isso, no entanto, em nossa opinião, não significa que um conflito militar seja inevitável”, disse Burns. “Hoje, nosso julgamento é que o presidente Xi e sua liderança militar têm dúvidas sobre a capacidade deles de realizar essa invasão”. / AP, AFP, W.POST e NYT

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