Os Estados Unidos se tornaram o primeiro país do mundo a superar a marca de um milhão de mortes por covid-19. O anúncio foi feito pela Casa Branca nesta quinta-feira, 12, em um momento no qual o país enfrenta um novo aumento no número de casos, impulsionado pelo avanço da variante Ômicron.
“Hoje alcançamos um marco trágico: um milhão de vidas americanas perdidas para a covid-19″, afirmou o presidente Joe Biden em um comunicado. “Nós devemos permanecer vigilantes contra esta pandemia e fazer tudo para salvar o maior número possível de vidas, como fizemos com mais testes, vacinas e tratamentos do que nunca antes”, acrescentou.
Os EUA se tornaram o epicentro mundial do coronavírus pouco tempo depois da Organização Mundial de Saúde (OMS) classificar a crise como uma pandemia. A liderança americana, porém, ocorre em um contexto em que a própria OMS reconhece que os casos de covid-19 estão subnotificados ao redor do mundo -- com o real número de mortes sendo estimado em até três vezes acima dos 5,4 milhões confirmados.
Após vários meses de queda nos contágios, os EUA registram um aumento diário de casos há cerca de um mês. A alta é provocada pelo avanço da variante Ômicron, que se espalha em um contexto em que o uso obrigatório de máscara foi liberado -- embora continue sendo recomendado em ambientes fechados -- e a quarta dose da vacina está disponível apenas para pessoas com mais de 50 anos.
A marca sombria é um lembrete do duro impacto causado pela pandemia nos EUA, mesmo quando a ameaça representada pelo vírus diminui na mente de muitas pessoas. Proporcionalmente, o total representa cerca de uma morte para cada 327 americanos, ou mais do que toda a população de São Francisco ou Seattle.
Marcas históricas pelo mundo
Apesar do ritmo da pandemia ter diminuído após campanhas de vacinação terem avançado em alguns países, a covid-19 continua a fazer vítimas e alcançar marcas históricas ao redor do mundo.
A OMS confirmou nesta quinta-feira que mais de dois milhões de pessoas morreram na Europa pela doença, continente que foi o epicentro da pandemia antes dos EUA.
“Uma etapa devastadora foi ultrapassada, já que o número de mortes por covid-19 declaradas pelos países da região Europa da OMS ultrapassou dois milhões de pessoas”, disse um porta-voz da organização a France-Presse.
Na China, bloqueios continuam a restringir a vida de milhões de pessoas em Pequim e em Xangai, enquanto o governo do país tenta manter em curso uma estratégia de “tolerância zero” em relação ao vírus.
Mesmo países que negaram a existência da pandemia começam a admitir sua gravidade. A Coreia do Norte, que até o momento não havia admitido nenhum caso da doença, reconheceu nesta quinta-feira o primeiro surto de covid-19 no país, o que levou Kim Jong-un a ordenar o confinamento em todo o país.
De acordo com a agência oficial de notícias KCNA, as amostras coletadas de vários pacientes doentes com febre em Pyongyang no domingo eram “consistentes” com a altamente contagiosa variante Ômicron do coronavírus./ AFP e REUTERS
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