EUA vão aliviar sanções sobre a Venezuela em troca de ‘eleição presidencial mais livre’

O alívio das sanções deve ser anunciado depois que a ditadura de Maduro e a oposição venezuelana apoiada pelos EUA assinarem um acordo para incluir compromissos do chavismo para permitir uma votação livre em 2024

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Por Samantha Schmidt, Ana Vanessa Herrero e Karen DeYoung

BOGOTÁ- O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, e a ditadura venezuelana comandada por Nicolás Maduro chegaram a um acordo no qual os EUA aliviariam as sanções à indústria petrolífera da Venezuela e em troca de o regime permitir uma eleição presidencial competitiva e monitorada internacionalmente no próximo ano, segundo duas pessoas familiarizadas com as negociações.

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O alívio das sanções deve ser anunciado depois que a ditadura de Maduro e a oposição venezuelana apoiada pelos EUA assinarem um acordo para incluir compromissos do chavismo para permitir uma votação livre em 2024, disseram as fontes ao The Washington Post. Espera-se que eles façam isso durante uma reunião em Barbados na terça-feira, com a presença de autoridades americanas.

Maduro, que reivindicou a vitória em uma eleição de 2018 vista como fraudulenta, concordaria com um processo para suspender as proibições aos candidatos da oposição, embora não esteja claro a rapidez com que esse processo ocorreria. As fontes falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a discutir as negociações.

O ditador da Venezuela, Nicolas Maduro, participa de cerimonia de aniversário do exército bolivariano, em Caracas, Venezuela  Foto: Jhonn Zerpa/AFP

Uma autoridade sênior do governo disse que o acordo não incluía planos para descongelar os ativos venezuelanos atualmente mantidos nos Estados Unidos. É provável que os EUA estabeleçam um limite de tempo para qualquer alívio das sanções, de modo que possa ser revertido caso Maduro não cumpra sua parte no acordo.

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Maduro se comprometeria a aceitar observações eleitorais internacionais e a abrir acesso à mídia para as eleições. Não ficou claro se o acordo também envolveria a libertação de prisioneiros políticos na Venezuela. A reunião em Barbados deve ser anunciada nesta segunda-feira. As delegações devem chegar hoje à tarde.

Petróleo

Se o acordo for assinado, o governo dos EUA está preparado para anunciar o levantamento de certas sanções contra o petróleo da Venezuela. O alívio das sanções poderia incluir uma licença geral para que a empresa estatal de petróleo da Venezuela, a PDVSA, retome os negócios com os Estados Unidos e outros países.

As autoridades americanas disseram que considerariam a possibilidade aliviar as sanções se Maduro estabelecesse as bases para eleições presidenciais livres e justas. Um representante do Departamento de Estado não respondeu a um pedido de comentário.

O acordo ocorre dias antes de os partidos de oposição da Venezuela planejarem uma votação primária para escolher um único candidato para disputar a eleição contra Maduro. A primeira colocada nas primárias não oficiais, María Corina Machado, é uma dos vários líderes da oposição que o governo de Maduro impediu de concorrer ao cargo. A desqualificação foi duramente condenada pelo governo dos EUA.

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Os Estados Unidos vem impondo sanções contra o governo venezuelano ou contra indivíduos venezuelanos por mais de 15 anos, mas as endureceram significativamente no início de 2019 após declararem ilegítima a vitória de Maduro em 2018.

O governo de Donald Trump sancionou a empresa estatal de petróleo da Venezuela, o banco central e as principais autoridades do governo. Em seguida, impôs um embargo econômico mais amplo. Congelou as propriedades e os ativos da ditadura de Maduro nos Estados Unidos e proibiu os americanos de fazer negócios com o governo.

O acordo surgiu de conversas diretas entre funcionários do governo Biden e representantes do governo Maduro, que começaram no ano passado, durante o início da guerra na Ucrânia. O governo Biden começou a flexibilizar as restrições à Chevron, a principal empresa petrolífera dos EUA com ativos na Venezuela, em um gesto destinado a apoiar as negociações entre o governo de Maduro e a oposição.

Os EUA também anunciaram este mês que retomariam os voos diretos de deportação para a Venezuela, outro sinal de descongelamento das relações entre os dois países. A relação tensa havia limitado a capacidade dos Estados Unidos de devolver imigrantes venezuelanos sem documentos.

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