EUA vão impor custos econômicos ‘rápidos e severos’ à Rússia por referendos na Ucrânia, diz Biden

As votações em Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia sobre incorporação à Rússia já começaram; Zelenski pede que recrutados russos sabotem próprio Exército

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira, 23, que irá impor “custos econômicos rápidos e severos” à Rússia, em cooperação com aliados, em retaliação aos referendos realizados no território da Ucrânia.

“Os EUA nunca reconhecerão um território ucraniano como outra coisa que não seja uma parte da Ucrânia. Os referendos da Rússia são uma farsa”, disse Biden em comunicado.

O presidente antecipou que o seu país, como “qualquer nação que respeite os princípios fundamentais da Carta da ONU”, rejeitará “resultados forjados” que a Rússia anuncia em tais consultas populares.

O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa em um evento do Comitê Nacional Democrata em Washington Foto: Evelyn Hockstein/Reuters - 23/09/2022

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Além disso, acrescentou que os EUA continuarão a apoiar o povo ucraniano prestando “assistência de segurança” para ajudá-lo a se defender e a resistir à invasão russa.

Os referendos também foram condenados na quinta-feira pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que afirmou que qualquer anexação de território à força constitui uma violação do direito internacional.

As votações nas províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzia sobre a sua incorporação à Rússia começaram nesta sexta-feira em meio a medidas de segurança pesadas e continuarão até 27 de setembro.

Várias autoridades ucranianas, incluindo o governador da região de Luhansk, denunciaram a coação dos cidadãos ao voto por parte das autoridades pró-russas.

As consultas de adesão foram anunciadas em 20 de setembro pelos governos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk e pelas autoridades instaladas pela Rússia nos territórios ocupados de Kherson e Zaporizhzia.

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Zelenski pede que russos sabotem próprio Exército

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, por sua vez, pediu que os habitantes recrutados pela Rússia para o território ucraniano ocupado sabotem o Exército russo. “Tenho um simples pedido a todo o nosso povo no território temporariamente ocupado: façam o essencial, salvem as vidas de vocês e nos ajudem a enfraquecer e destruir os ocupantes”, disse o presidente, nesta sexta-feira, no habitual discurso noturno.

Zelenski recomendou que estes cidadãos se escondam da mobilização russa “por qualquer meio”, evitem as cartas de recrutamento e tentem chegar “ao território livre da Ucrânia”. “Mas se você se juntar ao Exército russo, sabote qualquer atividade do inimigo, dificulte qualquer operação russa, forneça informações importantes sobre os ocupantes para nós: as suas bases, quartéis, armazéns com munições”, solicitou.

“E, na primeira oportunidade, se mude para as nossas posições. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para salvar a sua vida e ajudar a libertar a Ucrânia”, acrescentou.

Menino com camiseta com a letra 'Z', a insígnia tática das tropas russas na Ucrânia, segura uma bandeira da autoproclamada República Popular de Donetsk (DNR), onde ocorre votação em referendo Foto: Alexander Nemenov/AFP -23/09/2022

No discurso, Zelensky explicou que até agora, em setembro, cerca de 9 mil km² de território ocupado e cerca de 400 centros populacionais foram liberados. Este resultado foi alcançado, segundo ele, “graças ao fato de o nosso povo no território temporariamente ocupado” ter ajudado.

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“Por favor, façam tudo o que estiver ao seu alcance para aumentar esta ajuda. Forneça aos nossos serviços especiais toda a informação sobre aqueles que estão organizando e ajudando a realizar esta farsa com referendos falsos. Forneça toda a informação sobre a mobilização russa, sobre o Exército russo em geral”, pediu.

“Ajude aqueles que necessitam nas áreas ocupadas: idosos, pessoas solteiras, famílias com crianças. A Ucrânia retornará a todas as suas terras, e devemos salvar o maior número possível do nosso povo”, disse Zelenski./EFE

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