NOVA YORK - Os EUA vetaram nesta quinta-feira, 18, no Conselho de Segurança uma resolução que pedia a adesão do Estado palestino como membro pleno da ONU. O placar final mostrou o isolamento da posição da Casa Branca: dos 15 membros, 12 votaram a favor da inclusão da Palestina, 2 se abstiveram (Reino Unido e Suíça) e apenas os americanos votaram contra.
O governo dos EUA esperou até o último instante para usar o poder de veto, tentando convencer outros países a rejeitar a resolução. Antes da votação, diplomatas americanos admitiram que tentaram mudar o voto de outros membros do Conselho de Segurança para atenuar o isolamento de Washington. No fim, não restou outra saída aos americanos, que exerceram o veto em mais uma demonstração de apoio a Israel.
A posição de Washington é que a criação de um Estado palestino deve ser o resultado de negociações. “Acreditamos na solução de dois Estados e em um Estado para o povo palestino. Mas a melhor e mais sustentável maneira de fazer isso é por meio de negociações diretas entre as partes”, disse o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
Status de observador
Atualmente, os palestinos têm status de observador na ONU, o que foi concedido em 2012. Para se tornar um membro pleno, com direito a voto, o pedido teria de ser aprovado pelo Conselho de Segurança e por dois terços da Assembleia-Geral.
Apesar do veto dos EUA, o apoio para a criação da Palestina avançou nos últimos meses. Esta semana, Espanha, Irlanda e Noruega disseram que estão dispostas a reconhecer o Estado palestino. Pedro Sánchez, o premiê espanhol, vem trabalhando nos bastidores para conseguir apoio dentro da União Europeia. Na semana que vem, ele se reunirá com líderes de Portugal, Eslovênia e Bélgica para trata do assunto.
Quem também deu sinais de que pode reconhecer o Estado palestino é o Reino Unido. Nos últimos meses, o chanceler britânico, David Cameron, vem repetindo que Londres considera a possibilidade. Segundo ele, a criação da Palestina ajudaria a tornar a solução de dois Estados um processo “irreversível” e aceleraria o fim da guerra. /AFP e EFE
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