PEQUIM - A China afirmou, nesta sexta-feira, 5, que as novas acusações de interferência política nos Estados Unidos são "injustificadas" e "ridículas", e pediu ao governo de Donald Trump que deixe os rumores e pare de caluniar o governo de Pequim. O Ministério das Relações Exteriores chinês respondeu desta forma ao duro discurso realizado na quinta-feira, 4, pelo vice-presidente americano, Mike Pence, que criticou as medidas da China no plano político, econômico e militar e afirmou que o país asiático está interferindo nas eleições legislativas do próximo mês nos EUA para subtrair o apoio de Trump.
"O discurso de Pence fez acusações injustificadas contra as políticas internas e externas da China e caluniou nosso país ao afirmar que nos intrometemos em assuntos internos e nas eleições dos EUA", disse a porta-voz do ministério chinês, Hua Chunying, citada pela agência estatal "Xinhua". Segundo ela, isso são apenas "rumores" e considerou "muito ridículo" que o lado americano "estigmatize suas trocas normais e cooperação com China como uma interferência em seus assuntos internos e em suas eleições". Além disso, a porta-voz lembrou que Pequim sempre segue o princípio de não interferir nos assuntos internos de outros países, por isso não tem nenhum interesse em se intrometer nas questões domésticas e eleitorais de Washington. "Queremos que o lado americano corrija seus erros, deixe de acusar e caluniar sem fundamento a China, de prejudicar os interesses e relações entre a China e os EUA e tome medidas concretas para manter o desenvolvimento sólido e estável das relações bilaterais", acrescentou Hua Chunying.
As duras acusações de Pence contra o governo de Xi Jinping aumentam as crescentes tensões entre as duas potências, imersas desde julho em uma agressiva guerra comercial, antes da visita a Pequim, na próxima segunda-feira, 8, do secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Na semana passada, Trump havia acusado a China de estar atacando com propaganda "o cinturão agrícola" dos EUA, composto por estados do Centro-Oeste, como Iowa e Illinois, que foram prejudicados pelas tarifas que Pequim impôs à soja, dentro da guerra comercial entre os dois países. /EFE
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