Europa se mobiliza para reduzir impacto do corte de gás russo na Polônia e na Bulgária

Países da União Europeia vão fornecer energia para as duas nações afetadas pela medida do governo de Vladimir Putin; impacto dos cortes em nações maiores preocupa

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Por Redação
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A Europa se mobiliza para diminuir o impacto do corte de gás natural da Rússia para a Polônia e a Bulgária, anunciada na terça-feira, 26, pela gigante de energia russa Gazprom. A Grécia afirmou nesta quarta-feira, 27, que vai ajudar a Bulgária com entregas de gás a partir do próximo mês.

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Já a Polônia vai substituir o gás russo pela produção local, transportada da Noruega, e a partir do mês de outubro não vai precisar mais das importações do país de Vladimir Putin.

Segundo analistas, o fornecimento de gás natural para a Polônia e a Bulgária provavelmente não terá um grande impacto no mercado geral de gás europeu.

A Bulgária é muito dependente do gás russo, mas é um país pequeno diante do consumo registrado em outros países, e a Polônia trabalha há pelo menos uma década para diversificar suas fontes energéticas e não ser refém de Moscou.

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Trabalhador em estação de gás do gasoduto Yamal-Europa, próximo a Nesvish, a 130 quilômetros de Minsk, capital de Belarus. Imagem foi feita no dia 29 de dezembro de 2006 Foto: Sergei Grits/AP

Em comunicado divulgado na quarta-feira, a PGNiG, empresa de energia polonesa dominante, disse que tinha “várias possibilidades de obter” gás, inclusive da Alemanha e da República Checa. A Polônia também está colocando gás em tanques de armazenamento que agora estão mais de 75% cheias, mais que o dobro da média europeia.

Ainda assim, o corte alerta a Europa, que imediatamente convocou um grupo de coordenação especial para limitar o impacto da medida e antecipar os riscos de novos cortes em países maiores e dependentes do gás russo, como a Alemanha. Os líderes europeus denunciaram a decisão do corte como “chantagem”.

A Grécia, apesar da garantia de ajudar a Bulgária, por exemplo, vai se reunir nesta quarta-feira para avaliar o impacto da medida da Rússia no setor de energia nacional. Cerca de 40% da energia do país depende do suprimento de gás importado da Rússia. O país trabalha para diversificar sua matriz energética.

Além do risco de corte em nações maiores, a decisão da Rússia levou a um aumento nos preços futuros do gás natural europeu nesta quarta-feira, que começou com uma alta de 20% na bolsa holandesa TTF. Os preços baixaram no final da manhã europeia.

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A pressão russa é menor porque a Europa entrou na primavera, com um clima mais quente, e aliviou o consumo de gás nos domicílios.

A decisão da Gazprom em cortar o fornecimento do gás natural foi justificada pela recusa da Bulgária e da Polônia de realizar pagamentos na moeda russa (rublo), como o presidente Vladimir Putin havia exigido. A empresa disse que não recebeu nenhum pagamento desse tipo desde o início do mês.

A Europa, no entanto, afirma que se trata de uma resposta às novas ajudas militares enviadas à Ucrânia. O corte aconteceu no mesmo dia em que a Alemanha mudou a sua política e anunciou pela primeira vez nos dois meses de guerra o envio de armas pesadas para auxiliar as forças ucranianas.

Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia com sede em Paris, chamou o corte de “armaização do suprimento de energia” em um tweet. “O movimento da Gazprom de cortar completamente o fornecimento de gás para a Polônia é mais um sinal da politização da Rússia dos acordos existentes e apenas acelerará os esforços europeus para se afastar do fornecimento de energia russo”, escreveu ele.

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O primeiro-ministro búlgaro Kiril Petkov também chamou a suspensão das entregas de gás de chantagem e disse que era “uma violação grosseira de seu contrato”.

“O lado búlgaro cumpriu integralmente suas obrigações e fez todos os pagamentos (à Rússia) exigidos no contrato no devido tempo”, disse o governo búlgaro após o anúncio da Gazprom. O país balcânico também denunciou “o novo procedimento de pagamento em duas etapas proposto pelo lado russo”.

“Ele não está em conformidade com o contrato atual até o final deste ano e apresenta riscos significativos para o lado búlgaro, como fazer pagamentos sem receber nenhuma entrega de gás do lado russo”, acrescentou. /AP, NYT

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