Ex-assessor de Trump diz que tentou convencê-lo de não elogiar o ditador nazista Adolf Hitler

Republicano teria dito que Hitler ‘fez algumas coisas boas’ e foi repreendido por general; porta-voz de Trump diz que ex-assessor precisa ‘procurar ajuda profissional’

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Por Redação
Atualização:

O chefe de gabinete de Donald Trump na Casa Branca, John Kelly, afirmou ter tentado impedir o então presidente a elogiar o ditador nazista Adolf Hitler durante uma conversa. Segundo contou à CNN nesta segunda-feira, 11, Kelly teria respondido afirmando que Benito Mussolini, o ditador fascista italiano, seria um “grande cara” em comparação ao austríaco.

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“Ele disse: ‘Bem mas Hitler fez algumas coisas boas’”, disse Kelly. Ele teria respondido com uma repreensão: “Senhor, você nunca pode dizer nada de bom sobre esse cara. Nada. Quer dizer, Mussolini era um grande cara em comparação”.

Trump não se pronunciou após as declarações. Já o porta-voz da campanha do republicano, Steven Cheung, afirmou que o ex-chefe de gabinete “se enganou”. “Ele precisa procurar ajuda profissional porque seu ódio está consumindo sua vida vazia”, disse.

Imagem do dia 5 mostra ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. Ex-assessor do republicano afirmou que ele teria tentado elogiar Hitler em 2018 Foto: Evan Vucci/AP

A afeição de Trump por líderes autoritários fora relatada antes, em especial por pessoas como o presidente russo Vladimir Putin e o ditador norte-coreano Kim Jong-un, mas as declarações de Kelly oferecem uma visão íntima do ex-presidente. “Ele achava que Putin era um cara ok, que Kim era um cara ok, que tínhamos empurrado a Coreia do Norte para o canto”, declarou. “Para ele, era como se estivéssemos provocando esses caras”.

Horas antes da entrevista, Trump recebeu com elogios o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, também conhecido por posições antidemocráticas, na sua residência da Flórida, Mar-a-Lago. “Não há ninguém que seja melhor, mais inteligente ou um líder melhor do que Viktor Orbán”, disse o ex-presidente.

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Militar da Marinha dos EUA, Kelly também afirmou que era questionado por Trump se os militares seriam leais a ele como os generais alemães foram a Hitler. “Quando eu lhe apontei que generais alemães como um grupo não eram leais a [Hitler], e de fato tentaram assassiná-lo algumas vezes, ele não sabia disso”, contou. “Ele realmente acreditou, quando trouxe generais para a Casa Branca, que seríamos leais – que faríamos qualquer coisa que ele quisesse que fizéssemos.”

Segundo ele, as perguntas e ações do ex-presidente estão ligadas a uma vontade de ter ‘poderes ditatoriais’. “Minha teoria sobre por que ele gosta tanto dos ditadores é que é quem ele é”, afirmou Kelly.

“Todo novo presidente fica chocado por ter tão pouco poder sem ir ao Congresso, o que é bom. É a Primeira Lição sobre o Estado de Direito, separação de poderes, três poderes iguais. Mas, no seu caso, ele ficou chocado por não ter poderes de tipo ditatorial para enviar forças dos EUA para lugares ou para movimentar dinheiro dentro do orçamento”, acrescentou.

A conversa de John Kelly com Trump já havia sido tornado pública em 2021, quando foi relatada no livro “Frankly, We Did Win This Election” (Francamente, vencemos esta eleição, em tradução livre), de Michael Bender. Ela teria ocorrido durante uma visita de Trump a Europa para celebrar os 100 anos do fim da 1.ª Guerra, em 2018. No passado, o ex-presidente também foi acusado de manter um livro de discursos de Hitler ao lado da cama.

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