Ex-assessor de Trump se declara culpado e vai colaborar com investigação sobre Rússia
Em carta, Rick Gates diz ter desistido de provar sua inocência porque o processo seria muito 'custoso', e prometeu ajudar o procurador especial Robert Mueller na investigação sobre a interferência russa na campanha eleitoral de 2016
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Por Redação
WASHINGTON - Rick Gates, ex-subdiretorda campanha presidencial de Donald Trump, se declarou culpado de duas acusações de “conspiração contra os Estados Unidos” e de mentir para o FBI, a polícia federal americana, na investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller sobre as suspeitas de interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016.
Gates se apresentou ontem ao procurador especial Robert Mueller, em Washington. Na quinta-feira, dia 22, Mueller afirmou que Gates e outro ex-assessor de Trump, Paul Manafort, seriam indiciados por mais crimes de natureza financeira e fiscal, acusados de terem orquestrado um elaborado esquema de ocultação de recursos.
Segundo o New York Times, Rick Gates teria escrito uma carta a familiares dizendo que iria se declarar culpado e avisando estar disposto a ajudar na investigação liderada por Mueller. “Apesar da minha intenção inicial de me defender com veemência, acabei por mudar de opinião”, explica Gates na carta a que o New York Times teve acesso. “A realidade de quão longo este processo vai ser, o seu custo, e toda a atmosfera de circo que vai antecipar o julgamento, são custosas demais para mim. Cumprirei um papel melhor para a minha família se avançar no sentido de concluir este processo”, lê-se.
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Na campanha presidencial de 2016, Gats foi o principal assessor de Trump para questões digitais, principalmente nas redes sociais e no Facebook. Além da participação na campanha presidencial, Gates e Paul Manafort tinham uma longa relação de negócios.
Mesmo depois de Manafort ter sido afastado da campanha presidencial, em agosto de 2016, na sequência da denúncia de suas ligações com o ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich, Gates continuou na equipe de Trump e integrou a equipe de transição na Casa Branca. Apesar de não existir prova de que os crimes praticados estejam diretamente relacionados com o trabalho que prestava a Trump, muitos dos delitos teriam sido cometidos no período em que os dois dirigentes estavam a serviço de Trump. / AFP e AP