WASHINGTON - O ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Donald Trump, Michael Flynn se negará a entregar documentos ao Senado para esclarecer os seus contatos com a Rússia, informaram nesta segunda-feira, 22, os meios de comunicação locais. A solicitação foi feita pela Comissão de Inteligência do Senado, que investiga uma possível interferência russa na eleição presidencial do ano passado.
Flynn recorrerá às proteções que a Constituição oferece para não entregar documentos solicitados pelo Senado relevantes à investigação. Os advogados de Flynn, que ficou no cargo durante o primeiro mês de mandato do republicano até que se viu forçado a renunciar ao cargo em meados de fevereiro, recomendaram que ele não entregasse documentos sem obter imunidade primeiro.
De acordo com as emissoras Fox News e ABC, que citam fontes próximas a Flynn, o ex-conselheiro recorrerá hoje a seu direito de não responder no caso se um tribunal não o denunciar ou acusar, como defende a Quinta Emenda da Constituição americana.
Flynn se viu obrigado a renunciar pela crise interna criada ao ter ocultado informação ao vice-presidente dos EUA, Mike Pence, sobre os seus contatos com o embaixador russo, Serguei Kislyak, durante o período de transição.
O ex-conselheiro de Segurança Nacional é um dos mais expostos à suspeita de que integrantes da equipe de Trump fizeram algum tipo de contato com o Kremlin para prejudicar a candidata democrata à presidência, Hillary Clinton, durante a campanha.
Na semana passada, veículos de imprensa americanos revelaram informação de inteligência na qual assinalavam que os russos presumiam que poderiam exercer influência dentro do governo Trump por meio de Flynn.
Em dezembro de 2015, Flynn viajou para Moscou para participar do aniversário da televisão russa RT, e recebeu US$ 45 mil, algo que deveria ter revelado uma vez que, até 2014, foi diretor da Agência de Inteligência de Defesa.
Além disso, as autoridades investigam o pagamento de mais de US$ 500 mil por parte do governo da Turquia para representar seus interesses em Washington, sem que o montante fosse declarado ao Departamento de Justiça como exige a lei para atividades de lobby de governos estrangeiros. / EFE
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