Monróvia - O ex-jogador de futebol George Weah, de 51 anos, foi eleito presidente da Libéria, derrotando o vice-presidente Joseph Boakai, que é do mesmo partido da atual presidente Ellen Johnson Sirleaf.
Único africano a ser eleito melhor jogador do mundo pela Fifa e ganhar a Bola de Ouro da revista "France Football", em 1995, Weah, do partido Congresso pela Mudança Democrática (CCD), obteve 61,5% do votos contra 38,7% do atual vice-presidente do país, Joseph Boakai, do Partido da Unidade (PU). A apuração completa será divulgada na sexta-feira, dia 29, momento em que Weah será declarado sucessor oficial da atual chefe de Estado, Ellen Johnson-Sirleaf.
O ex-jogador já havia vencido o primeiro turno das eleições realizado em 10 de outubro, quando obteve 38,4% dos votos e deixou Boakai na segunda posição com 28,8% da preferência dos eleitores. O segundo turno das eleições, realizado na terça-feira (26), no qual votaram cerca de 2,2 milhões de pessoas, foi adiado em mais de um mês após Boakai e outro candidato alegarem ampla fraude na votação do primeiro turno em outubro, em um recurso que a Suprema Corte rejeitou neste mês.
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Trata-se da primeira transferência democrática de poder desde 1944, apesar de acusações de fraude, em um país marcado pela pobreza, onde a maior parte dos cidadãos não possui energia elétrica confiável ou água potável.
Fim de uma era - Com o anúncio do próximo presidente do país, termina o mandato presidencial de Sirleaf, a única mulher que chegou a uma chefia de Estado na África. Ela governou a Libéria por 12 anos. Vencedora do prêmio Nobel da Paz, Johnson Sirleaf foi a principal responsável por construir a paz no país do oeste da África, após a guerra civil acabar em 2003.
Apesar dos avanços, Sirleaf é muito criticada, principalmente pela população jovem da Libéria, que dizem que seu governo foi marcado por corrupção e que ela fez pouco para tirar a maior parte dos liberianos da extrema pobreza.
A Libéria também foi atingida por uma crise do Ebola, que matou milhares entre 2014 e 2016, enquanto uma queda nos preços do minério de ferro desde 2014 prejudicou as receitas de exportação. / EFE e REUTERS
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