O ex-primeiro-ministro do Paquistão e líder do principal partido oposicionista, Movimento Paquistanês pela Justiça (PTI), Imran Khan, foi detido neste sábado, 5, pela polícia em sua residência no leste do Paquistão, após ter sido condenado a três anos de prisão por corrupção em um tribunal de Islamabad.
“A polícia deteve Imran Khan na sua residência depois de o tribunal de Islamabad tê-lo condenado a três anos de prisão”, relatou à Agência EFE o vice-presidente do PTI, Shah Mahmood Qureshi. Khan foi brevemente detido por acusações de corrupção em maio, o que levou a violentos confrontos entre os apoiadores do seu partido, que exigiam a sua libertação, e as forças de segurança.
O ex-primeiro-ministro foi neste sábado condenado a três anos de prisão por corrupção por ter “deliberadamente apresentado detalhes falsos” de presentes que recebeu durante o seu tempo no governo à Comissão Eleitoral, disse o juiz distrital Humayun Dilawar, de acordo com o portal paquistanês “Dawn”.
Esta é a primeira condenação definitiva do ex-governante, que no ano passado enfrentou dezenas de processos, pelos quais conseguiu escapar da prisão através da obtenção de fiança.
Concretamente, Khan é acusado de não ter declarado presentes que evitou transferir para o Toshakhana, um repositório do governo paquistanês para presentes recebidos por funcionários do governo de funcionários estrangeiros.
Um processo que começou em outubro passado, quando a Comissão Eleitoral do Paquistão considerou Khan culpado de não ter declarado as receitas da venda de presentes de Estado que recebeu como primeiro-ministro de 2018 a 2022 e pediu um processo criminal contra o ex-premiê.
O PTI, no entanto, rejeitou o veredito de hoje, insistindo que estava “tingido de postura política”, uma vez que se baseava em fatos falsificados e não deu a Khan a oportunidade de apresentar testemunhas ou tempo suficiente para reunir argumentos suficientes.
A condenação “foi feita às pressas para manter o presidente fora da corrida eleitoral”, acrescentou o grupo no Twitter, avisando que recorreria na justiça.
O Paquistão planeja realizar eleições no final deste ano, depois de o primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, ter anunciado na sexta-feira, 4, a sua intenção de dissolver a Assembleia Nacional em 9 de agosto, dando um prazo de 90 dias para a realização do pleito. /EFE
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