Expedição tripulada a Marte custará US$ 20 bilhões

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Por Agencia Estado
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Cientistas e autoridades russas expuseram hoje, pela primeira vez com detalhes, o esboço da primeira expedição internacional ao planeta Marte. O projeto vai custar US$ 20 bilhões, será custeado por quatro países mais a União Européia e já tem data marcada: 2015. Vitali Simionov, diretor do Centro de Investigações Keldish e do programa Marte-XXI, disse que o projeto é o maior desafio científico do século. A viagem durará, segundo Simionov, entre 440 e 500 dias e será realizada por duas naves, com seis astronautas de vários países. Rússia, Estados Unidos, Canadá e Japão, além de União Européia, financiarão o programa. "Por sua magnitude, a viagem a Marte só será possível com a utilização de todo o potencial tecnológico, científico e econômico da comunidade internacional", disse Simionov. Devido ao peso das naves - uma para a tripulação, outra de carga -, a tecnologia para construí-las e lançá-las ao espaço é a mesma do projeto da Estação Espacial Internacional (ISS). Com a ajuda de foguetes transportadores russos (Angar), americanos (Delta) e europeus (Adrian), as naves serão colocadas em órbita a 500 quilômetros da Terra. No momento exato, os foguetes empreenderão a viagem interplanetária, entre asteróides e chuvas de meteoritos. No momento em que as naves estiverem se aproximando de Marte, três dos cosmonautas passarão a um módulo especial que vai tocar a superfície do planeta. Enquanto os outros astronautas estiverem controlando a missão em órbita, os três primeiros terão de 30 a 60 dias para concluir a missão. Na superfície, utilizarão um veículo para investigar o solo e o subsolo e analisarão as rochas e o gelo detectado pela sonda americana Odissey. "Do ponto de vista médico e biológico, a expedição a Marte é viável", assegurou Anatoli Grigoriev, diretor do Instituto de Problemas Médico-Biológicos de Moscou. Ele lembrou que o astronauta russo Valeri Poliakov já viveu 438 dias no espaço, pouco menos do que está previsto na expedição a Marte. Além disso, está seguro da eficiência das tecnologias e conhecimentos desenvolvidos para neutralizar os efeitos da ausência de gravidade no corpo humano. "As oscilações da gravidade e seus efeitos no corpo humano e na capacidade mental dos cosmonautas são problemas que nossos especialistas investigam e estudam ativamente há muito tempo", disse Grigoriev. Ainda assim, haverá problemas importantes, segundo os responsáveis pela expedição. Os médicos desconhecem, por exemplo como o corpo responderá à variação de gravidade no retorno à Terra. Outra incógnita é quanto à radiação, muito mais forte na superfície de Marte do que a experimentada pelos astronautas que freqüentaram a Estação Espacial. Também por isso, serão escolhidos seis cosmonautas, todos homens, com perfis talhados para a expedição, segundo Grigoriev. "Além do comandante, haverá um piloto, um engenheiro, um médico e dois astronautas treinados especialmente para realizar testes e observações científicas e físicas na superfície de Marte." A idade ideal desses homens seria entre 45 e 55 anos, para que pudessem suportar também a pressão psicológica da missão. Vitali Simionov concluiu a apresentação lembrando que a expedição está sendo planejada desde 1999, por uma comissão integrada por oito integrantes da Agência Espacial Russa, Rosaviakosmos, oito delegados da Nasa e cinco da Agência Espacial Européia.

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