FBI prende suspeito de ter deixado vazar documentos ultrassecretos do Pentágono

Investigadores identificaram que membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts, especializado em inteligência, tem conexão com a divulgação dos documentos

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Por Redação
Atualização:

NORTH DIGHTON, MASSACHUSETTS — Investigadores federais americanos prenderam nesta quinta-feira, 13, um membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts de 21 anos que eles acreditam estar ligado ao vazamento em massa de documentos secretos de inteligência dos EUA. O vazamento prejudicou as relações com aliados americanos e expuseram fraquezas nas forças armadas ucranianas.

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O homem, que o New York Times identificou pela primeira vez como Jack Teixeira, é membro da ala de inteligência da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts e está vinculado a um grupo online onde os documentos vazados apareceram pela primeira vez.

O secretário de Justiça americano, Merrick Garland, confirmou a prisão de Teixeira e disse que ela ocorreu “sem incidentes”. O suspeito será apresentado na quinta-feira ao Tribunal Distrital Federal de Massachusetts.

Agentes conduzem Jack Teixeira após sua prisão em North Dighton, Massachusetts Foto: WCVB-TV via ABC via REUTERS

O aviador Teixeira supervisionava um grupo online chamado Thug Shaker Central, no qual cerca de 20 a 30 pessoas, a maioria jovens e adolescentes, se reuniam para compartilhar o amor por armas, memes racistas online e videogames.

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Na tarde desta quinta-feira, cerca de meia dúzia de agentes fortemente armados do FBI entraram na casa de Teixeira. O FBI disse em um comunicado nesta quinta-feira que havia feito uma prisão e continuava a conduzir “atividades policiais autorizadas” em uma residência em North Dighton.

A Guarda Nacional disse em comunicado que estava ciente da investigação sobre o possível “papel que um Guarda Nacional Aéreo de Massachusetts pode ter desempenhado no recente vazamento de documentos altamente confidenciais”.

Polícia bloqueia rua em North Dighton, Massachusetts, em operação ligada à investigação sobre os documentos secretos vazados  Foto: Michelle R. Smith/AP

A descrição de Garland indica que Teixeira enfrentará acusações dentro da Lei de Espionagem. Ela criminaliza a remoção, retenção e transmissão não autorizadas de documentos detidos relacionados à defesa nacional que possam ser usados para prejudicar os EUA ou ajudar um adversário estrangeiro. Cada um desses documentos teria sua própria acusação; cada condenação poderia acarretar uma pena de até dez anos de prisão.

Risco à segurança nacional

O governo Biden lutou durante dias para conter as consequências das informações vazadas, que divulgaram possíveis vulnerabilidades nas capacidades de defesa aérea da Ucrânia e expuseram avaliações privadas de aliados em uma série de questões de inteligência.

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O governo Biden tem trabalhado para avaliar as consequências diplomáticas e de segurança nacional dos documentos vazados desde que foram relatados pela primeira vez, na semana passada.

Um importante porta-voz do Pentágono disse a repórteres no início desta semana que as revelações representam um “risco muito sério para a segurança nacional”, e o Departamento de Justiça abriu uma investigação para identificar a pessoa responsável.

É possível que o vazamento tenha começado em um site chamado Discord, uma plataforma de mídia social popular entre pessoas que jogam jogos online. O site Discord hospeda chats de voz, vídeo e texto em tempo real para grupos e se descreve como um lugar “onde você pode pertencer a um clube escolar, um grupo de jogos ou uma comunidade artística mundial”.

Em um desses fóruns, originalmente criado para tratar de diversos assuntos, os membros debatiam a guerra na Ucrânia. De acordo com um membro do bate-papo, um membro não identificado compartilhou documentos que alegou serem classificados, primeiro digitando-os com se fossem suas próprias ideias e, a partir de alguns meses atrás, enviando imagens de papéis.

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Discord disse que estava cooperando com as autoridades.

Embora os amigos do jogo não tenham identificado o líder do grupo online ligado ao vazamento, uma trilha de evidências digitais compilada pelo New York Times levou a Jack Teixeira.

Um perfil de jogo online em nome do aviador Teixeira conectou-o a fotos do local onde os documentos vazados foram fotografados - uma bancada de cozinha dentro de sua casa de infância.

A bancada de granito com um padrão distinto e ladrilhos brancos são visíveis nas margens de alguns dos briefings de inteligência vazados. A mesma decoração interna é visível nas fotos da casa da família postadas online por um dos parentes imediatos de Teixeira.

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Acesso

Existem apenas algumas maneiras pelas quais as informações classificadas que vazaram podem ter sido acessadas, o que pode fornecer pistas críticas sobre quem é o responsável. Normalmente em briefings classificados, como nos slides que foram colocados no Discord, as informações são compartilhadas eletronicamente.

Isso é feito por meio de terminais de computador seguros, onde os usuários obtêm acesso com base em suas credenciais, ou por meio de tablets que são distribuídos para briefings e coletados posteriormente. Se os slides precisarem ser impressos, eles só poderão ser enviados para impressoras seguras que sejam capazes de lidar com documentos classificados – e que mantêm um registro digital de todos que solicitaram uma impressão.

São essas pistas digitais, como o registro de impressões, que podem ajudar os investigadores a confirmar quem pegou os documentos. Na maioria das imagens postadas online, as fotos são de cópias em papel que parecem ter sido dobradas em quatro – quase como se tivessem sido colocadas no bolso de alguém.

Nos dias desde que os vazamentos vieram à tona, o Pentágono adiou as perguntas sobre a investigação ao Departamento de Justiça, afirmando que é uma questão criminal.

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Mesmo que a pessoa que vazou os arquivos seja um membro ativo das forças armadas dos EUA, o Departamento de Justiça provavelmente ainda terá a liderança na acusação até que esteja pronto para entregar o assunto ao Departamento de Defesa, disse um oficial de defesa à AP./AP e NYT

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