FBI investiga mensagem racista que manda negros ‘colher algodão em fazendas’ após vitória de Trump

As denúncias começaram a aparecer nas redes sociais nos Estados Unidos a partir da quinta-feira

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Foto do author Luiz Raatz

ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON - Pouco mais de dois dias depois da vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas, uma onda de mensagens de SMS racistas foram enviadas a diversos celulares de afro-americanos, entre eles menores de idade. Os textos alertam o receptor da mensagem que ele foi selecionado para colher algodão como escravo. As mensagens foram identificadas em nove Estados americanos, como a Virgínia, Nova York e a Califórnia. O FBI está investigando o caso.

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As denúncias começaram a aparecer nas redes sociais nos Estados Unidos a partir da quinta-feira, mas algumas mensagens começaram a ser enviadas já desde a quarta, quando a vitória de Trump foi confirmada.

“O FBI está ciente das mensagens de texto ofensivas e racistas enviadas a indivíduos em todo o país e está em contato com o Departamento de Justiça e outras autoridades federais sobre o assunto. Como sempre, incentivamos o público a denunciar ameaças de violência física às autoridades policiais locais”, disse a polícia federal americana em nota.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acena para apoiadores em um comício em Palm Beach, Flórida  Foto: Julia Demaree Nikhinson/AP

Em Nova York, a procuradora-geral do Estado, Letitia James, disse que as mensagens estão sendo enviadas para menores de idade, desde adolescentes até crianças ainda no ensino fundamental. As mensagens seguem um padrão: tratando o destinatário pelo nome, dizem que ele foi escolhido para colher algodão numa fazenda e será recrutado por senhores de escravos. Algumas fazem referência ao presidente eleito, Donald Trump.

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Um porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse em um e-mail que a “campanha não tem absolutamente nada a ver com essas mensagens de texto”.

No X, a rede social que pertence a Elon Musk, um dos principais apoiadores de Trump, usuários condenaram a disseminação da mensagens.

Derrick Johnson, presidente da NAACP, uma entidade ligada aos direitos civis nos EUA, disse em um comunicado que as mensagens refletiam como os grupos racistas haviam sido encorajados após a vitória de Trump e representavam um aumento acentuado na retórica vil e abominável contra a comunidade negra americana. “Essas ações não são normais”, disse ele. “E nós nos recusamos a permitir que elas sejam normalizadas.”

Há registros de mensagens no Alabama, Maryland, Missouri, Carolina do Norte, Pensilvânia, Carolina do Sul, Tennessee, Texas e Virgínia. Elas pareciam estar circulando muito nos campi das faculdades, mas não se limitavam a elas.

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Em outro caso que provocou indignação nos EUA, Nick Fuentes, um influenciador da extrema direita americana e apoiador de Trump, gravou um vídeo ofensivo contra mulheres, ironizando a derrota de Kamala Harris e a derrota de referendos pró-aborto em alguns Estados. “Seu corpo, minha escolha. Os caras controlam vocês”, disse. “Vocês nunca elegerão uma mulher presidente. O tetro de vidro que vocês falam em quebrar agora é feito de tijolos.”

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