Felicitação da China a Biden reduz grupo de países fiéis a Trump; Brasil é um deles 

Diplomacia chinesa deseja que próximo governo dos EUA dê sinais de vontade de conciliação entre os dois países, hoje em guerra comercial

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Por Redação

WASHINGTON - A China enviou ontem felicitações a Joe Biden e a sua vice, Kamala Harris, vencedores das eleições presidenciais do dia 3, resultado que o presidente dos EUA, Donald Trump, se recusa a reconhecer. Agora, só Brasil, Coreia do Norte, México, Rússia, Hungria e Eslovênia – terra natal da primeira-dama, Melania – não enviaram felicitações. 

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“Respeitamos a escolha do povo americano. Enviamos nossas felicitações ao sr. Biden e à sra. Harris”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin. Segundo um diplomata afirmou ao Estadão, há sutilezas importantes na mensagem chinesa. 

A diplomacia parabeniza, mas não os qualifica como presidente e vice-presidente eleitos e acrescenta que, ao mesmo tempo: “Entendemos que o resultado da eleição americana será determinado de acordo com as leis e procedimento americanos”. 

Joe Biden e Kamala Harris antes de debate entre pré-candidatos democratas em Detroit Foto: Lucas Jackson/Reuters

Para o diplomata, a mensagem é um aceno a Biden, mas tentando não elevar ainda mais a tensão com Trump, que esta semana impôs sanções a mais quatro funcionários do governo da China e de Hong Kong.

Na segunda-feira, a diplomacia chinesa disse esperar que o “próximo governo americano dê sinais de uma vontade de conciliação” e as relações bilaterais possam voltar aos trilhos. 

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A maioria dos países ainda fiéis a Trump diz aguardar um resultado oficial do processo para se manifestar, já que o presidente apresentou na Justiça denúncias de irregularidades em vários Estados. 

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, com quem Trump buscou uma aproximação em 2018, vem se mantendo em silêncio. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a Rússia aguardará o término da contagem oficial dos votos. A diplomacia entre Moscou e Washington passou por momentos drásticos após a eleição de Trump, com a alegação de interferência russa no processo eleitoral americano e a relação entre os dois países se encontra em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria.

Forte desgaste das relações

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que prefere “esperar até que todos os assuntos legais tenham sido resolvidos”. Dias após as eleições, o presidente Jair Bolsonaro passou a dar pequenos sinais sobre seu posicionamento sobre as eleições. Na terça, provocou Biden, sem citá-lo, ao lembrar que a campanha do candidato ameaçou impor barreiras comerciais ao Brasil, caso os incêndios na Amazônia não fossem controlados.

A China acompanhou com interesse as eleições. De seu resultado dependia a continuidade do forte desgaste nas relações bilaterais e a guerra comercial iniciada por Trump ou a abertura de uma fase de maior tranquilidade. Os EUA sob Biden devem manter a pressão sobre a China, mas com uma abordagem mais calculada. O democrata também deve questionar sobre temas como direitos humanos e segurança./ AFP, NYT e REUTERS, COLABOROU BEATRIZ BULLA

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